Trem submarino de alta velocidade mais longo do mundo está sendo construído: ele viajará sob o oceano e conectará dois continentes em minutos
Um plano audacioso para ligar duas regiões da China em minutos

Nas entranhas do Estreito de Bohai, debaixo de 20 a 70 metros de água e rocha sólida, poderia surgir o mais longo túnel ferroviário subaquático do mundo: um corredor sob o oceano que vai redefinir o conceito de proximidade entre regiões.
O projeto, se confirmado, promete ligar Dalian, na Península de Liaodong, a Yantai, na Península de Shandong, em cerca de 40 minutos. É o tipo de obra que parece saído de um filme de ficção científica, mas que existe em planos concretos. (“Bohai Strait Tunnel Project”)
Um desafio de proporções oceânicas
O chamado Túnel do Estreito de Bohai prevê uma travessia de aproximadamente 123 quilômetros, dos quais cerca de 90 km seriam submersos sob o leito do mar — distância que supera a soma dos dois maiores túneis subaquáticos existentes hoje: o Seikan, no Japão, e o Eurotúnel, entre Reino Unido e França.
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A ideia, segundo a China Daily, surgiu nos anos 1990, mas ganhou força nas últimas décadas com o crescimento da malha de alta velocidade chinesa e a demanda por integração logística. O túnel foi reiteradamente proposto ao Conselho de Estado desde 2009.
Operado pela China Railway Engineering Corporation, o sistema incluiria vagões de alta velocidade capazes de transportar passageiros — e até veículos — a aproximadamente 220 a 250 km/h, atravessando o mar em apenas 40 minutos, contra as atuais 8 horas de ferry ou as 1.400 km percorridas por estrada.
Por que o túnel interessa
A travessia eliminaria o desvio pela costa, encurtando drasticamente o tempo e a distância entre nordeste e leste da China — algo decisivo para transporte de passageiros e carga.
O projeto integra-se a uma ambição maior: consolidar um corredor ferroviário de alta velocidade que cruza o país, de norte a sul, facilitando comércio interno, logística portuária e desenvolvimento regional.
A estimativa inicial de investimento era de cerca de 220–260 bilhões de yuan (aproximadamente US$ 32 a 42 bilhões). Apesar do alto custo, especialistas apontam que a obra poderia se pagar em até 12 anos, com retorno por transporte de veículos e cargas.
tunnelsandtunnelling.com
Desafios técnicos e geológicos
Porém, a empreitada enfrenta enormes desafios. A região atravessa zonas de falhas tectônicas ativas — como as que causaram o terremoto de Tangshan, em 1976 — o que exige cuidado extremo na engenharia de segurança.
Além disso, levar adiante uma construção subaquática de mais de 100 km, com três tubos — dois para tráfego ferroviário e um para manutenção e emergências — é um feito de engenharia de altíssima complexidade, que demanda tecnologias avançadas e monitoramento constante.
Se o plano for aprovado e executado, o Túnel do Estreito de Bohai não será apenas uma obra monumental: será um símbolo da ambição chinesa de transformar distâncias continentais em minutos de viagem — um novo paradigma de mobilidade global.
Mas, como em toda obra de grandes proporções, a linha que divide o sonho da realidade dependerá da engenharia, da geologia e, sobretudo, da capacidade de transformar esse plano ousado em concreto sob as ondas do mar.
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