Contratos de ambulâncias do Samu em Goiânia entram na mira da Polícia Federal

Operação investiga pagamentos suspeitos, notas frias e manutenção de veículos que ficaram longos períodos fora de uso

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Contratos de ambulâncias do Samu em Goiânia entram na mira da Polícia Federal
Segundo os órgãos federais, parte das ambulâncias permaneceu inativa entre 2022 e 2024, mas seguiu recebendo serviços pagos como se estivesse em funcionamento. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpre nesta sexta-feira (28) nove mandados de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida de Goiânia.

A ação investiga suspeitas de fraude em contratos de manutenção da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na capital.

Segundo os órgãos federais, parte das ambulâncias permaneceu inativa entre 2022 e 2024, mas seguiu recebendo serviços pagos como se estivesse em funcionamento.

Nesse período, auditorias identificaram notas fiscais incompatíveis com a real condição dos veículos e despesas que podem ter sido simuladas.

A PF estima que ao menos R$ 2,4 milhões estejam relacionados às irregularidades.

As suspeitas envolvem contratos firmados durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD). Em nota, ele afirmou não ser alvo da investigação e disse que os problemas dizem respeito à execução dos contratos por servidores e empresas credenciadas.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também se pronunciou e ressaltou que os fatos ocorreram na administração anterior e que está colaborando com os órgãos de controle.

A operação, batizada de Check-up 192, mira endereços ligados a servidores municipais e empresas envolvidas na manutenção da frota.

De acordo com a PF, funcionários investigados continuam em atividade na atual gestão, ocupando as mesmas funções.

As irregularidades começaram a ser apuradas após um relatório do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde, que apontou inconsistências na aplicação de recursos federais.

A CGU identificou evidências de serviços cobrados sem execução real, como lavagens e compras de equipamentos para ambulâncias que estavam paradas.

Para os auditores, o conjunto de documentos e notas fiscais sugere pagamento indevido por serviços inexistentes, superfaturamento e uso de oficinas que operavam de forma irregular. O material apreendido agora será analisado pelas equipes responsáveis pelo caso.

Com a palavra o ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz

O ex-prefeito Rogério Cruz esclarece que não é investigado, nem figura entre os alvos da Operação Check-up 192, deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal nesta sexta-feira (28).
As apurações tratam exclusivamente de eventuais irregularidades operacionais e administrativas relacionadas à manutenção da frota do SAMU, envolvendo servidores e empresas contratadas.
Tais rotinas técnicas são de responsabilidade direta das áreas específicas da Secretaria Municipal de Saúde, amparadas por processos internos e fiscalização própria.
O ex-prefeito reforça compromisso permanente com a transparência e confia no trabalho das instituições responsáveis pelas investigações.

Com a palavra a SMS

“A Prefeitura de Goiânia esclarece que a Operação Check-up 192, deflagrada nesta sexta-feira (28/11), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), apura suspeitas de irregularidades na manutenção de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) durante a gestão anterior, entre os anos de 2022 e 2024.

A atual gestão está à inteira disposição dos órgãos de controle e investigação para fornecer todas as informações e documentos necessários, contribuindo para o pleno esclarecimento dos fatos e para a responsabilização dos envolvidos.
Neste ano, toda a frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi substituída. O serviço conta atualmente com 22 ambulâncias em uso e informa regularmente ao Ministério da Saúde a produtividade e situação das viaturas”.

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Danilo Boaventura

Danilo Boaventura

Jornalista graduado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduado em Docência em Comunicação pela Faculdade Cidade Verde (PR) e mestrando em Marketing Político pela Universidad del Salvador, de Buenos Aires.

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