A rara mutação genética que faz com que muitas pessoas durmam apenas 5 horas e continuem plenas

Enquanto a maioria luta para funcionar bem sem uma boa noite de descanso, existe um pequeno grupo que acorda disposto mesmo dormindo pouco

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
A rara mutação genética que faz com que muitas pessoas durmam apenas 5 horas e continuem plenas
(Foto: Ilustração/Pexels)

A mutação genética que faz algumas pessoas precisarem de muito menos horas de sono do que o restante da população intriga especialistas há anos.

Enquanto a maioria luta para funcionar bem sem uma boa noite de descanso, existe um pequeno grupo que acorda disposto mesmo dormindo apenas cinco horas.

E o mais curioso é que essa vantagem não vem de hábitos, mas de algo profundamente inscrito no DNA.

Essa mutação genética raríssima desafia o que sabemos sobre o sono e abre portas para discussões fascinantes sobre como o corpo humano funciona.

O gene envolvido nessa condição surpreendente

Pesquisas indicam que essa mutação genética afeta o gene DEC2, que participa da regulação do ciclo sono–vigília.

Ele atua na forma como o cérebro recupera energia durante o descanso.

Em 2009, um estudo se destacou ao identificar membros de uma família que dormiam muito pouco, acordavam dispostos e não apresentavam efeitos negativos comuns da privação de sono.

Nada de irritabilidade, falta de foco ou queda de desempenho. O organismo deles parecia operar em outro ritmo.

Por que essas pessoas funcionam bem com pouco sono

Para quem possui essa mutação genética, o corpo parece otimizar cada minuto de descanso.

Os processos de restauração acontecem de maneira mais rápida e eficiente, preservando memória, humor e capacidade de concentração.

É como se existisse um mecanismo interno que transforma noites curtas em energia suficiente para o dia inteiro.

Enquanto a maioria sofre com cansaço após dormir pouco, esses “short sleepers naturais” simplesmente não sentem os efeitos.

Uma condição extremamente rara

Mesmo com todo o fascínio que essa descoberta desperta, é importante lembrar: menos de 1% da população possui essa mutação genética.

Ou seja, praticamente todos nós continuamos vulneráveis aos impactos da falta de sono, como irritabilidade, problemas de memória, queda no desempenho diário e maior risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.

Tentar imitar esse padrão sem ter a mutação pode ser prejudicial.

O que a ciência ainda quer descobrir

Embora já exista um entendimento inicial sobre essa rara variação do gene DEC2, a ciência continua investigando.

Os grupos estudados são pequenos, e ainda não se sabe quantas pessoas realmente possuem essa mutação genética ou de que forma ela altera, de maneira tão profunda, o funcionamento do sono.

Mesmo assim, o caso chama atenção por mostrar como o corpo humano pode ter exceções impressionantes.

O que isso representa para o futuro

Estudar essa mutação abre portas para compreender melhor o sono e seus mecanismos.

Talvez, no futuro, novos tratamentos possam surgir inspirados nesses “short sleepers naturais”.

Até lá, o essencial é respeitar os próprios limites e reconhecer que, para quase todos nós, dormir bem continua sendo uma das chaves para manter a saúde física e mental em equilíbrio.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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