O que comer à noite após os 50 anos para ajudar na queima de gordura, segundo especialistas
Sono de qualidade e escolhas leves no jantar ajudam a controlar hormônios, preservar músculos e evitar o acúmulo de gordura

Depois dos 50 anos, o corpo passa a jogar com regras diferentes. O metabolismo já não responde como antes, a massa muscular diminui gradualmente e o sono deixa de ser apenas descanso para se tornar peça-chave no controle do peso. Nesse cenário, a alimentação noturna ganha um papel estratégico — não como solução milagrosa, mas como aliada silenciosa da saúde e da queima de gordura.
Especialistas explicam que o que se consome à noite — ou até a decisão consciente de comer menos — influencia diretamente os níveis hormonais, a qualidade do sono e a forma como o organismo lida com a gordura corporal. Para o médico, neurocientista e nutrólogo Jô Furlan, o segredo está no conjunto: rotina alimentar equilibrada, respeito ao relógio biológico e noites bem dormidas.
Segundo ele, escolhas corretas no período noturno ajudam a manter a glicemia estável, evitando picos de insulina que favorecem o acúmulo de gordura. Além disso, proteínas de digestão lenta aumentam a saciedade e reduzem o impulso por beliscos noturnos, enquanto alguns compostos naturais podem oferecer um leve estímulo metabólico sem atrapalhar o descanso.
O sono, aliás, ocupa posição central nesse processo. Dormir entre sete e oito horas por noite é fundamental para regular hormônios como cortisol, grelina, melatonina e o hormônio do crescimento (GH), todos diretamente ligados ao controle do apetite e à oxidação de gordura. Quando o descanso é insuficiente, o corpo entra em modo de alerta: aumenta o cortisol, cresce a fome e o organismo passa a estocar energia em vez de queimá-la.
Dentro desse contexto, alguns alimentos e bebidas podem ser aliados quando consumidos com moderação no período noturno. Chás de canela e cardamomo ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e a reduzir o estresse hormonal. Ovos cozidos fornecem proteínas de digestão lenta, importantes para preservar a massa muscular e combater a sarcopenia. Já o vinagre de maçã diluído pode ajudar a controlar picos glicêmicos em pessoas com resistência à insulina.
Alimentos fermentados, como o sauerkraut, contribuem para a saúde intestinal, reduzindo inflamações e melhorando o metabolismo. A pimenta-caiena tem efeito termogênico discreto — mais indicado durante o dia —, enquanto o melão surge como opção leve e de baixo impacto glicêmico quando consumido em pequenas quantidades.
Por outro lado, alguns hábitos devem ser evitados à noite, especialmente após os 50. Cafeína depois das 16h, álcool, doces, carboidratos refinados e refeições pesadas prejudicam tanto o sono quanto o controle de gordura corporal.
Há também cuidados específicos. Pessoas com refluxo devem evitar alimentos ácidos ou picantes à noite. Diabéticos precisam atenção ao uso de vinagre associado a medicamentos hipoglicemiantes. Já quem tem problemas cardíacos ou hipertensão deve ter cautela com a pimenta-caiena, devido ao risco de taquicardia.
Quando comer à noite for necessário, a orientação é clara: fazê-lo de uma a duas horas antes de deitar, optar por refeições leves entre 150 e 250 calorias, priorizar proteínas e reduzir carboidratos. Sempre que possível, evitar alimentos sólidos após as 20h.
Não se trata de mágica, mas de estratégia. Ajustes simples no jantar podem elevar o gasto energético em até 10%, preservar músculos e melhorar significativamente o sono — ganhos discretos, porém valiosos para quem busca saúde, equilíbrio e longevidade após os 50 anos.
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