Eles estão construindo o projeto mais importante da história da humanidade, em busca de replicar a energia e o poder do sol

Desenvolvido ao longo de mais de duas décadas, experimento é liderado pela União Europeia e conta com a participação de países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Índia

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Eles estão construindo o projeto mais importante da história da humanidade, em busca de replicar a energia e o poder do sol
(Foto: Reprodução)

Um projeto científico internacional deu um passo decisivo rumo ao desenvolvimento da fusão nuclear, tecnologia considerada uma possível solução para a produção de energia limpa em larga escala.

O experimento, chamado ITER, começou a fase mais complexa de sua construção, com a montagem definitiva do núcleo do reator na cidade de Cadarache, no Sul da França.

Desenvolvido ao longo de mais de duas décadas, o ITER é liderado pela União Europeia e conta com a participação de países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Índia.

O objetivo é reproduzir na Terra o mesmo processo que ocorre no interior do Sol, no qual átomos leves se fundem e liberam grandes quantidades de energia.

Núcleo do reator começa a ser montado

O avanço mais recente envolve a instalação das principais partes da câmara onde será formado o plasma, estado da matéria que pode atingir temperaturas de até 150 milhões de graus Celsius.

Essa câmara, conhecida como vacuum vessel, é formada por nove grandes seções de aço, fabricadas com precisão extrema para se encaixarem perfeitamente.

Juntas, elas ultrapassam 400 toneladas, tornando a estrutura uma das mais pesadas já produzidas para fins científicos.

A instalação está sendo conduzida pela empresa Westinghouse Electric Company, em um contrato estimado em 168 milhões de dólares.

O trabalho exige robôs especializados, sistemas de medição a laser e monitoramento constante, já que qualquer desalinhamento pode comprometer o funcionamento do reator.

Como funciona a fusão nuclear

O princípio do ITER é promover a fusão de átomos de hidrogênio, liberando energia sem a geração de resíduos radioativos de longa duração, como ocorre na fissão nuclear usada em usinas atuais.

Para isso, campos magnéticos extremamente potentes manterão o plasma suspenso, impedindo que ele toque as paredes do reator.

A tecnologia é vista como promissora por não emitir grandes volumes de gases poluentes, não depender de combustíveis fósseis e apresentar riscos menores em comparação aos modelos tradicionais de geração nuclear.

Desafio tecnológico sem precedentes

O controle do plasma exige um conjunto de tecnologias avançadas, como ímãs supercondutores, sensores térmicos e magnéticos em tempo real, sistemas de contenção e mecanismos automáticos de segurança.

A integração desses sistemas permitirá manter o plasma estável dentro do campo magnético, condição essencial para que o experimento funcione.

Impacto no futuro da energia

Se o ITER comprovar que a fusão nuclear é viável em escala industrial, a tecnologia poderá abrir caminho para usinas capazes de fornecer energia limpa e contínua por longos períodos.

O projeto ainda é experimental, mas representa um passo importante na busca por fontes energéticas mais sustentáveis e menos dependentes de recursos finitos.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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