Antes de ser assassinado por padrasto, mãe já sabia que bebê era torturado
Motivo alegado pelo autor ao confessar o homicídio foi que o garotinho ‘estava chorando’
Foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, fraude e tortura o homem que confessou ter assassinado o enteado de um ano e oito meses, só porque estava chorando pela mãe, em Rio Verde, a 295 km de Anápolis.
O caso aconteceu no último dia 31 de agosto, depois que a genitora saiu com uma tia e deixou o filho em casa com o marido, que decidiu “corrigi-lo”.
De acordo com o delegado Danilo Fabiano, responsável pelo caso, o homem chegou a fazer uma faxina na residência para tentar modificar a cena do crime e justificar que tudo não passou de um acidente doméstico.
“O comportamento do padrasto, que é o principal suspeito, seja na reconstituição ou nos atos em oitivas, é de muita frieza e apatia em relação à gravidade do ato praticado”, explicou o investigador ao G1.
Por meio de um depoimento, a Polícia Civil também descobriu que a mãe da criança sabia dos episódios de tortura e não tomou nenhuma providência. Ela responderá criminalmente por omissão, mas diferente do marido, que continua preso, está em liberdade.
A mulher até chegou a ser detida, mas recebeu um alvará de soltura da Justiça válido até o final do inquérito dela, que corre separadamente, para amamentar a outra filha de sete meses. Neste período, terá de usar tornozeleira eletrônica.
Laudos da Polícia Científica constataram que a morte do bebê foi provocada por uma hemorragia no fígado. Ele também tinha outros ferimentos em órgãos internos e externos.
Relembre o caso
Segundo a Polícia Militar, no dia do crime, o padrasto alegou que quis corrigir o bebê, que não parava de chorar, desferindo golpes na barriga e uma chinelada no rosto dele, fazendo com que ficasse desacordado.
Depois, sustenta ter levado o enteado para debaixo do chuveiro para tentar reanimá-lo, mas como não conseguiu, apenas o vestiu com uma fralda e o colocou, já sem sinais vitais, em um colchão na sala enquanto lavava as louças e aguardava a esposa chegar.
A mãe voltou no início da noite e ao se aproximar do bebê percebeu que ele não estava respirando. O companheiro, disse para ela que a criança havia caído no banheiro.
O garotinho tinha várias manchas e cicatrizes pelo corpo, além de um corte na boca. Vizinhos afirmaram que o homem já tinha um histórico agressivo com a esposa e com o filho dela.
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