“Minha família não tem o que comer lá”, diz venezuelano que pede ajuda em sinaleiro
Ele chegou como milhares de anapolinos de coração, que veem na cidade um povo acolhedor e oportunidades de crescimento
É dentro de uma pequena quitinete em Anápolis que Yonder Javier Grisel Cabello, de 32 anos, vive com outros três amigos também venezuelanos. Juntos, eles saíram andando do país em busca de melhorar as condições de vida dos familiares.
Diariamente, Yonder fica no viaduto entre as avenidas Brasil e Goiás segurando um cartaz desesperado, em que pede emprego ou, ao menos, ajuda para alimentar as duas filhas.
“Lá está difícil e minha família continua passando necessidades. Eu mando dinheiro, mas é pouco. Um único frango está custando R$50. Quero trazer minhas filhas e minha mãe para perto de mim”, disse ao Portal 6.
Antes da crise no país vizinho se agravar, Yonder trabalhava na área de construções. Depois de chegar no Brasil não encontrou nenhuma vaga e, segundo ele, decidiu continuar a viagem até Anápolis, pois soube que a cidade tinha muitas oportunidades e pessoas hospitaleiras.
“Estou aqui há três meses. Não é fácil deixar o seu país e entes queridos, mas aqui tem um clima agradável e pessoas de bom coração. Um dos meus amigos conseguiu emprego, mas todos têm quem ajudar. É muito difícil conseguir o que comer aqui e saber que minhas filhas não tem o que comer lá. É tanta dificuldade, muitos prometem ajudar, pedem para tirar foto, para esperar, mas ninguém me ajuda”, desabafou.
Enquanto não encontra uma oportunidade de trabalho e nem arrecada dinheiro suficiente para buscar a família, Yonder afirma que continuará indo todos os dias até o viaduto com o cartaz.
A expectativa dele é que as várias pessoas que fizeram promessas se lembrem de voltar para ajudar com o que se comprometeram.