“A gente está disposto a trabalhar sem receber”, apela Vanderic para aprovação de delegacia

Projeto que regulamenta o funcionamento da especializada volta a tramitar na Alego após duas tentativas frustradas

Rafaella Soares Rafaella Soares -
“A gente está disposto a trabalhar sem receber”, apela Vanderic para aprovação de delegacia

Após tentativas mal sucedidas e três anos de funcionamento com recursos insuficientes, tramita novamente na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) o projeto de Lei que regulamenta a Delegacia Especializada no Atendimento à Pessoa com Deficiência de Anápolis (DEAPD).

O texto ainda passará pelas comissões da Casa e, caso aprovada pelo deputados, segue para a sanção do governador Marconi Perillo.

Essa não é a primeira vez o projeto chega à Alego. Em duas oportunidades anteriores, os deputados Adriana Accorsi (PT) e Henrique Arantes (PTB) apresentaram propostas para a criação da delegacia especializada, mas ambas iniciativas acabaram sendo engavetadas por motivos diferentes.

Em conversa com a reportagem do Portal 6, o delegado responsável pela DEAPD Manoel Vanderic disse que a ideia de uma nova apresentação partiu do ex-prefeito João Gomes, que conversou com o vice-governador José Eliton (PSDB) para se sensibilizar e insistir no projeto.

“Acredito que a proximidade do ano eleitoral acabou gerando um interesse para isso ser aprovado. Não sabemos quanto tempo vai demorar o trâmite, mas tomara que seja aprovado. Tenho muita esperança, porque com isso vamos ter um monte de benefícios. Vamos poder ter servidores próprios, ter viatura própria e também formalizar as estatísticas do deficiente, porque hoje tudo é lançado como se fosse crime contra o idoso”, explicou.

A maior importância da regulamentação, aponta Vanderic, será combater tantos crimes contra deficientes que são registrados hoje em Anápolis.

“Os crimes são tão gritantes que muitos não são de conhecimento nem da Polícia Militar. São milhares de crimes e ninguém vai preso porque não é divulgado. Se trata de crimes domésticos, como estupros de padrastos, pais ou primos contra as pessoas com deficiência – principalmente intelectual, apropriação de benefícios como aposentadoria, discriminação, abandono em hospitais e asilos. É um trabalho muito semelhante ao que é feito com os idosos, porque é mais social e preventivo do que punitivo de fato”, ressaltou Vanderic, além de dizer que nem mesmo se importa nem mesmo com salário para que a delegacia exista no papel.

“A delegacia não dará nenhum custo para o governo, ela já existe. A gente está disposto a trabalhar sem receber, só precisamos da Lei.  Foram as pessoas que apoiam a causa que fizeram a coisa girar. Mas, dessa vez, só acredito na lei promulgada, afinal já são três anos que a coisa está nesse vai e volta”, concluiu.

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