Fila para transplante de órgãos em Goiás tem mais de 1,5 mil pacientes

No ano passado, 86 pessoas foram contempladas com a benevolência de doadores. Em Anápolis, houve captação de oito órgãos em 2022

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Fila para transplante de órgãos em Goiás tem mais de 1,5 mil pacientes
Goiás conta com três pontos específicos para coleta de órgãos, sendo eles o HEANA, em Anápolis e o HUGOL E HUGO, em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Governo de Goiás)

A fila para transplante de órgãos em Goiás tem 1.543 pacientes, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O número é alto, principalmente quando se considera que, em 2021, houve apenas 86 contemplados no estado.

O levantamento da SES, a pedido do Portal 6, aponta que, neste ano, apenas 19 doações foram efetivadas.

A maior parte das pessoas que aguarda na fila espera por um transplante de córnea. São 1,3 mil goianos nessa situação. Também há 234 aguardando rins e outros nove por fígado.

A doação de órgãos volta a ser tema após o grave acidente de trânsito provocado por uma racha entre amigos, em Goiânia, que tirou a vida de Marcella Sonia Gomes do Amaral, de 15 anos, e de Wictor Fonseca Rodrigues, de 20 anos.

O pai de Wictor decidiu doar os órgãos do filho, que teve morte cerebral três dias depois da fatalidade que o vitimou.

A gerente de transplantes da SES, Katiúscia Freitas, contou que, atualmente, a Central de Transplantes conta com três unidades especializadas, denominadas “Organizações de Procura de Órgãos”, que divide regionais no estado.

“A gente dividiu o estado em três. Nós temos uma unidade dentro do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA), uma dentro do  Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL) e uma dentro do Hospital Estadual de Urgências de Goiás  Dr.Valdemiro Cruz (HUGO)”, afirmou.

“Essa unidade dentro do HEANA é para cuidar e acompanhar todos os casos de notificações de morte encefálica, doações de órgãos que tem nessa região de Anápolis e todo o entorno”, explicou.

Os dados específicos da fila de espera em Anápolis não foram disponibilizados, uma vez que são gerais. Porém, segundo a pasta, neste ano, oito órgãos já foram captados pelo HEANA. Foram seis rins e duas córneas de três doadores diferentes.

Ao Portal 6, o coordenador da Unidade de Tratamento Intensivo e médico da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Marcelo Lagreca Melo, falou da importância das doações e como elas podem salvar outras vidas.

“A doação de órgãos é essencial, em especial para pacientes que são acometidos por algumas doenças graves e terminais. Em muitos casos, permanecem com uma qualidade de vida reduzida, quadro esse que pode se agravar. Esse agravamento tende a piorar e pode culminar com o óbito, caso não seja feito o transplante”, afirmou.

“Nesse sentido, doar órgãos é salvar vidas. Um ato humano e um gesto de generosidade cuja escolha deve ser feita ainda em vida. Quem deseja se tornar um doador deve informar sua família sobre essa escolha”, finalizou.

Isabella Valverde

Isabella Valverde

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com passagens por veículos como a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo no estado. É editora do Portal 6 e especialista em SEO e mídias sociais, atuando na integração entre jornalismo de qualidade e estratégias digitais para ampliar o alcance e o engajamento das notícias.

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