Investimentos para melhorias no trânsito de Goiânia passam longe de priorizar pedestres

Ao Portal 6, especialista sugere investimento em tecnologia e infraestrutura para transeuntes para melhorar o tráfego

Emilly Viana Emilly Viana -
Investimentos para melhorias no trânsito de Goiânia passam longe de priorizar pedestres
Faixa de pedestre apagada na Praça Wilson Sales, no setor Nova Suíça, em Goiânia. (Foto: Emilly Viana/Portal 6)

A falta de sincronização entre os semáforos e a ausência de espaços para pedestre nos projetos viários de Goiânia são os principais problemas estruturais do trânsito de Goiânia. É o que aponta o engenheiro de trânsito e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen.

Ao Portal 6, o especialista explica que, no primeiro caso, é necessário tornar a gestão do tráfego mais inteligente e autônoma. “O serviço é feito de forma muito artesanal hoje em dia. A solução definitiva só virá com investimento em tecnologia”, garante.

A prioridade do pedestre nas obras de trânsito, por outro lado, é problema mais complexo. Na Semana Nacional de Trânsito, Marcos Rothen alerta que, além de não ser considerado nos projetos viários da capital, há problemas desde a falta de faixa de segurança, confusão na sinalização e carência de infraestrutura.

“De todos os casos, o que mais impressiona é o do Viaduto da Avenida Jamel Cecílio. Na região estão instalados vários comerciantes e a insegurança para o pedestre, que foi deixado de lado, é gritante”, afirma.

De acordo com ele, devem ser fornecidas opções de travessia para estas pessoas por meio da implantação de faixas semaforizadas. Os pedestres podem, ainda, ser impedidos de atravessar fora destes locais com a implantação de barreiras físicas que os impeçam de se arriscarem. “Isso se chama canalização e é muito utilizada em diversos países ou estados do Brasil”, indica.

Outro agravante para os transeuntes é a falta de canteiro central em grandes vias. Na Avenida Paranaíba, no setor Central, por exemplo, a travessia pode se torna mais perigosa devido à largura da rua e ausência de canteiro em vários pontos. “Nos dias de jogos no Estádio Olímpico é preocupante, devido ao aumento do volume no tráfego e de pessoas, mesmo que seja uma Zona 40”, afirma.

SMM responde

Ao Portal 6, o titular da Secretaria Municipal de Mobilidade de Goiânia (SMM), Horácio Mello, alega que a pasta já se mobilizou para melhorar a sincronia dos semáforos.

“O passo que a secretaria está dando agora é exatamente investir em tecnologia. Existe sincronização na cidade, mas quando tem uma queda de energia, por exemplo, ela se perde. Com o investimento, nós vamos ter um tempo de resposta mais rápido”, afirma.

O secretário admite problemas de acessibilidade nas estruturas, mas garante que a pasta tem agido e repensado os novos modelos. “Os que serão implementados pela gestão Rogério Cruz, já virão com essa acessibilidade adequada. Claro que temos problemas com projetos antigos, por exemplo, o viaduto da Jamel Cecílio. Mesmo assim, tentamos criar a cultura do respeito à faixa nos locais”, justifica.

Ele também aponta dificuldades em realizar mudanças na região Central. “Não podemos fazer intervenções lá sem discutir com Iphan. Tem toda uma série de debates para um corte trecho ou aumento de uma praça. Mas essas intervenções cirúrgicas por toda cidade estão acontecendo”, declara.

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