Entenda o que pode ser feito para reduzir a diferença salarial entre homens e mulheres em Goiás

Levantamento do IBGE mostra que mulheres ganham 31,9% a menos que homens no estado

Augusto Araújo Augusto Araújo -
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(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

Uma pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2022, apontou que as mulheres recebem em média 31,9% a menos que os homens em Goiás.

De acordo com o levantamento, o rendimento feminino ficou na faixa dos R$ 1.998, enquanto o masculino foi de R$ 2.936. No total, são R$ 938 de diferença nos pagamentos entre os gêneros.

Para entender o porquê desse cenário em Goiás, o Portal 6 conversou com Maria Célia Franklin Ferreira, diretora da Agregar – Gestão de Pessoas, empresa de recursos humanos.

Segundo a especialista, essa diferença vem de uma cultura retrógrada, onde o homem era visto como o mantenedor e autoridade do lar.

Isso tornaria mais favorável o cenário para que eles fossem mais valorizados no mercado de trabalho, enquanto a mulher tem que batalhar para conseguir a mesma valorização.

“Empresas bem estruturadas, de grande porte, geralmente buscam reduzir essa diferença. Mas a maioria das empresas ainda são micro. Se o dono tiver uma mentalidade machista, ele contrata, só que, lá dentro, ele favorece muito mais o homem que a mulher”, argumentou Maria Célia.

Além disso, ela apontou que é muito comum as mulheres serem indicadas para cargos de confiança, por serem vistas como mais “cuidadoras” e são preteridas em funções estratégicas, que exigem tomar mais riscos.

Dessa forma, essas vagas acabam sendo entregues para os homens que, por consequência, recebem salários mais elevados.

A diretora da Agregar também destacou que ainda existem setores, como o financeiros e de tecnologia da informação, onde a inserção do gênero feminino é muito pequena.

De forma a contornar essa situação, Maria Clélia apontou que, dentro das empresas de recursos humanos, é feito um trabalho para orientar os contratantes a empregarem as pessoas pelo perfil e qualificação.

“É papel do RH esclarecer o gestor sobre isso. Tentamos argumentar apontando os profissionais pelo talento, histórico profissional, e não pelo gênero deles”, concluiu.

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