Família enterra bebê que morreu após mãe passar em três hospitais para dar a luz

Maternidade não cumpriu o acordado, que era entregar laudo na segunda (24). Família estuda entrar na Justiça

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Família enterra bebê que morreu após mãe passar em três hospitais para dar a luz
Prefeitura de Itaberaí custeou urna e gaveta (Foto: Reprodução/SES-GO)

A família do bebê que faleceu em trabalho de parto o enterrou na noite de segunda-feira (24), ainda sem saber o que causou a trágica morte – já que a unidade de saúde não cumpriu o acordo e nenhum laudo foi entregue aos familiares. 

A mãe da criança passou por três maternidades entre Itaberaí e Goiânia até receber a notícia de que o filho havia ingerido fezes e vindo a óbito antes mesmo de nascer, no sábado (22).

O enterro contou com o apoio da Prefeitura de Itaberaí, que custeou a urna e a gaveta. “O pai [da criança] tocou nele. Quando olha, ele parece estar perfeito. Ele só disse que mataram o filho dele”, disse a tia paterna da criança, Darcilene Reis Matos, ao Portal 6.

Por continuar internada no Hospital Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, onde a criança faleceu, a mãe do recém-nascido não compareceu no local. Segundo a familiar, a genitora segue em tratamento contra anemia e a previsão de alta é para a noite desta terça (25). 

Inconformados com a morte do bebê, no dia do óbito,os pais solicitaram o prontuário médico para averiguar a causa. A expectativa, conforme dito pela unidade de saúde, era que um documento fosse entregue ainda na segunda (24). 

Porém, de acordo com a familiar, até o momento, a maternidade ainda não forneceu o prontuário. Caso seja constatado que houve um erro médico no parto, a família planeja acionar a Justiça.

“Dizem que estão investigando, mas não falam nada concreto. Tentam nos acalmar, mas o pior já aconteceu”, disse.

Relembre

A mãe, de 37 anos, estava grávida de 38 semanas quando começou a sentir contrações ainda em Itaberaí, onde reside. Ela foi até o Hospital Municipal do município às 13h do dia 21 de julho, já apresentando perda de líquido amniótico. Contudo, o atendimento só aconteceu por volta das 19h, ou seja, seis horas depois.

Logo em seguida, a mulher foi encaminhada para o Hospital Estadual da Mulher (Hemu) em Goiânia para a realização de uma cirurgia cesariana de emergência. No entanto, novamente, ela foi transferida à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, às 22h do dia 22, onde, finalmente, foi operada.

Contudo, o que era para ser o final feliz de uma saga conturbada foi o início de um processo de luto. Cerca de uma hora após o início da operação, a médica informou à família que o bebê nasceu já sem vida. O motivo apontado pela profissional  foi que ele havia engolido fezes ainda no útero.

Após a morte, o recém-nascido foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) que deve oferecer uma em 20 a 30 dias.

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