“Não tenho planos de voltar”, diz Edward Madureira sobre retorno à reitoria da UFG

Suplente de deputado federal, ele é o entrevistado desta semana do '6 perguntas para'

Pedro Hara Pedro Hara -
“Não tenho planos de voltar”, diz Edward Madureira sobre retorno à reitoria da UFG
Edward Madureira Brasil, ex-reitor da UFG e suplente de deputado federal. (Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados)

Suplente de deputado federal, Edward Madureira pode em breve assumir mandato na Câmara dos Deputados. O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) aguarda que Adriana Accorsi, pré-candidata do PT à Prefeitura de Goiânia, se licencie do cargo para exercer a função.

A frente da UFG em três oportunidades, Edward considera que já deu a contribuição dele à instituição e não pretende ter um quarto mandato. Porém, após entrar para política, aprendeu que nenhuma decisão é definitiva.

Antes cotado no PT para disputar a Prefeitura de Goiânia, o ex- reitor opina sobre a gestão Rogério Cruz (Republicanos). Segundo Edward, faltou ao atual prefeito montar uma equipe coesa que estivesse à altura dos desafios e problemas da capital.

6 perguntas para Edward Madureira

1. Como está sendo seu trabalho no Governo Federal?

Edward Madureira: Estou na Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que é uma agência ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e que apoia projetos de pesquisa e inovação em universidades, institutos federais, instituições de ciência e tecnologia de uma maneira geral.

Nessa modalidade ela apoia na forma de editais com recursos que não são reembolsáveis, ou seja, são recursos destinados a criação de infraestrutura de pesquisas no e também apoia empresas com juros bem abaixo do mercado e empresas que fazem inovação, então tá sendo bastante interessante. A Universidade Federal de Goiás sempre foi uma grande cliente da FINEP e agora estou ajudando o Celso Pansera, que é o presidente da da FINEP, nessa relação do Governo Federal com as universidades, trazendo a FINEP pro dia a dia de forma mais intensa tanto das empresas quanto do governo.

A FINEP nesse período conta com um diferencial bastante interessante que é a liberação sem contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Para se ter uma ideia, neste ano de 2023, a FINEP vai aplicar R$ 5 bilhões em recursos não reembolsáveis e R$ 5 bilhões de reais em recursos reembolsáveis para as empresas.

Estou numa relação muito estreita com o Ministério do Desenvolvimento Agrário em ações para agricultura familiar, mas também com o Ministério da Saúde e com o próprio MCTI. Eu tenho feito um trabalho bastante interessante e que certamente ajuda no desenvolvimento do país esse trabalho que a FINEP faz. 

2. Você é suplente de deputado federal. Há alguma conversa com Rubens Otoni ou Adriana Accorsi para assumir o mandato por algum período? 

EM: Não há nenhum tipo de combinação nem com o Rubens Otoni e nem com a Adriana para eu assumir mandato temporariamente. É claro que essa possibilidade existe na medida em que um dos dois forem convocados pelo Governo Federal, pelo presidente Lula para alguma atividade, no caso de assumir algum ministério ou no caso de uma candidatura, nesse caso a candidatura mais factível é da Adriana. Sendo eleita, eu sou naturalmente o suplente da federação da qual o PT faz parte. Então não há esse tipo de combinação até porque eles foram eleitos para exercer os seus mandatos e só um fato novo é que os afastaria dessa condição.

3. Seu nome chegou a ser cotado no PT para disputar a Prefeitura de Goiânia, mas o partido selou o apoio à Adriana Accorsi. O que aconteceu? 

EM: Em um primeiro momento eu coloquei meu nome à disposição do partido. Naquele momento não estava nos planos da Adriana Accorsi a possibilidade de uma candidatura. E eu entendo que um partido como o PT, que já esteve na a frente da Prefeitura de Goiânia em três oportunidades, e com o Presidente da República sendo do nosso partido, não pode abrir mão de candidatura própria numa das cidades mais importantes do país. Então, coloquei meu nome à disposição, me movimentei, mas entendo que as condições de momento e política é assim, né? Política é momento e a dinâmica são favoráveis a uma candidatura da Adriana Accorsi por diversos fatores. Pela sua votação em Goiânia que foi superior a minha inclusive, por ser uma mulher capacitada pra isso. Então eu estarei no projeto com Adriana Accorsi para que ela vença essa eleição para prefeita de Goiânia como pré-candidata agora nesse momento e posteriormente como candidata.

4. Suas gestões na UFG foram importantes para o crescimento da instituição em todos os sentidos. Considera que já deu a contribuição ou ainda pretende voltar à Reitoria?

EM: Se tem uma coisa que a gente aprende na na vida pública é que a gente não pode fazer afirmações contundentes sobre o futuro, até porque a gente não trabalha com perspectiva pessoal, pelo menos não no meu caso. Não são projetos pessoais que me motivam, são sempre projetos coletivos. Em 2017 eu me preparava para ser candidato a deputado federal no ano seguinte, mas a universidade sinalizou com o desejo de que eu disputasse mais uma eleição para um novo mandato à frente da UFG, e eu atendi a esse chamado e disputei eleição, venci. Então a gente não pode ser definitivo. 

Não tenho planos de voltar. Acho que fiz uma contribuição importante na universidade, agora a gente precisa ver a dinâmica dos fatos para que a gente possa se posicionar. Meu plano é nesse momento ajudar a eleger a prefeita de Goiânia. A gente espera trabalhar com essa perspectiva do fortalecimento do partido e trabalhar fortemente em prol do governo do presidente Lula.

5. Como avalia a gestão Rogério Cruz?

EM: Com relação ao prefeito de Goiânia, a minha avaliação é que a grande dificuldade foi a falta de uma equipe coesa e permanente ao longo da gestão e isso não dá sustentação para pra nenhuma gestão. Então a grande troca de secretários e de equipe certamente comprometeu e talvez a falta de um projeto consistente já que ele assumiu a prefeitura numa condição muito muito especial, que foi com a perda do nosso prefeito eleito Maguito Vilela. Então nessa nesse cenário eu acredito que a gestão a desejar e isso se manifesta de forma muito clara na percepção da população.

6. O que faria de diferente se estivesse à frente do Executivo goianiense?

EM: Como eu disse na na pergunta anterior, uma equipe que dê sustentação política e ao mesmo tempo dê condição técnica de avançar precisa de um projeto. Precisa de um projeto muito bem definido. Goiânia tem o privilégio de ser uma cidade com todas as possibilidades de uma gestão muito eficiente. Uma cidade plana, rica em recursos hídricos e que estão se perdendo por falta de gestão. É uma cidade que não cuida adequadamente do do seu dos resíduos que são gerados, não cuida da mobilidade e de fundamentos técnicos, saúde deixa a desejar, a educação deixa a desejar. A zeladoria, que é o que chama mais atenção em Goiânia e não cuida também do seu potencial, do seu potencial da prestação de serviço, seu potencial do número de instituições científicas e instaladas aqui que precisam ser valorizadas e isso promove o desenvolvimento. A inovação sem dúvida nenhuma é uma alavanca para o desenvolvimento. Então são muitos aspectos que ficaram a desejar e certamente poderiam ter sido olhado com mais atenção na gestão.

LEIA TAMBÉM

“Vontade e disposição eu tenho muita”, diz Lucas Kitão sobre disputa pela Prefeitura de Goiânia

“Estou voltando em breve à Câmara Municipal de Anápolis”, avisa Leandro Ribeiro

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade