Entenda por que não foi para frente o trem que conectaria Brasília, Anápolis e Goiânia
Projeto teve inúmeros estudos, promessas e até mesmo previsão de entrega, mas sequer saiu do papel
Os planos para o “Expresso Pequi”, transporte ferroviário que conectaria os passageiros de Goiânia a Brasília (DF), passando por Anápolis, saíram dos trilhos e foram totalmente interrompidos.
Ao Portal 6, o Ministério de Transportes afirmou que não há projeto do tipo tramitando na pasta – situação reforçada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra). que também confirmou que não há movimentação relacionada ao projeto.
Caso não fosse engavetado, o Expresso Pequi seria um Trem de Alto Desempenho que ligaria a capital goiana à capital federal em apenas 95 minutos. Com uma velocidade média de 160 km/h, o bilhete tinha previsão de custar aproximadamente R$ 80.
Conforme estudo à época, no primeiro ano de funcionamento, mais de 40 milhões de passageiros passariam pelo Expresso Pequi.
A projeção é de 2015, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em junho de 2016. Sendo assim, o custo de implantação da linha seria de R$ 7,05 bilhões, sem considerar o material rodante. Já com os comboios, o valor saltaria para R$ 7,85 bilhões.
Com cifras bilionárias, foi prevista a necessidade de uma Parceria Público-Privada (PPP). Em 2017, uma nova projeção foi realizada, com um custo de R$ 9 bilhões.
O projeto chegou a ser avaliado para entrar no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, sendo que, no modelo proposto, a União, governos de Goiás e do Distrito Federal investiriam R$ 2,9 bilhões, aproximadamente.
Os outros R$ 6 bilhões caberiam à empresa ou consórcio vencedor da licitação da obra. À época, o então governador, Marconi Perillo, afirmou que investidores chineses e árabes estariam de olho no trem e destacou que o projeto sairia do papel ainda em 2017, com previsão de entrega em 2020.
Contudo, a iniciativa nunca avançou. Pelo contrário, o projeto foi abandonado e já nem mais tramita dentro do planejamento federal.