A bailarina de 11 anos que arrancou aplausos e fez história em Anápolis
"Essa é uma realidade que não mudará hoje, mas que poderia se tivéssemos conhecimento sobre as ações e projetos"
Na semana passada, Maryane de Assis Almeida surpreendeu um público de mais de 300 pessoas agindo como uma bailarina experiente apesar da pouca idade. A garotinha de 11 anos teve sua apresentação de ballet interrompida por uma queda de energia no Teatro Municipal de Anápolis. Ela, no entanto, não parou de dançar e concluiu a apresentação acompanhada de lanternas e aplausos do público que se emocionou com a maturidade e talento da pequena.
Maryane é uma das aproximadamente 900 alunas da Escola de Dança de Anápolis. Uma instituição que completa em junho 38 anos de existência. A EDA, como chamam, já formou bailarinos, professores e artistas para o mercado da dança e do teatro de sucesso que deixaram um legado que -infelizmente- pouca gente conhece, mas que o mundo artístico reconhece. Gente inclusive que segue na cidade, mas permanece sob completo desconhecimento do público em geral.
Certamente você conhece um ou mais artistas de linguagens diferentes que constroem um mosaico genial da cultura em Anápolis e em Goiás, mas que nunca o considerou artisticamente pronto para o estrelato ou para serem prestigiadas financeiramente por seu trabalho. Essa é uma realidade que não mudará hoje, mas que poderia se tivéssemos conhecimento sobre as ações, projetos, espetáculos, mostras e exposições que borbulham por todos os cantos, independendo inclusive do cuidado ou atenção do Poder Público.
O que Maryane viveu no palco do 16 Edança – festival anual de dança gratuito que provavelmente você também não conhece – prova três coisas: 1 – Anápolis tem arte em um nível de profissionalização invejável; 2 – Nada para quem está pronto para brilhar; 3 – Existe uma pequena revolução acontecendo nessa cidade e se tudo der certo, com a força das redes e de quem admira as artes, Maryane terá mais sorte e destaque do que outros tantos que abandonam dons e talentos por falta de incentivo.
Você pode também fazer a diferença valorizando e apoiando a potente produção cultural da cidade.
Narelly Batista é jornalista por formação e produtora cultural por vocação. Escreve sobre Cultura no Portal 6. Siga-a no Instagram @narellybatista.