Anápolis perde o consagrado sanfoneiro José Américo Cavalcante de Souza

Seu Zé, como era conhecido, faleceu de causas naturais aos 76 anos

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
José Américo era autodidata. Sua paixão pela música, especialmente pela sanfona, surgiu quando ele tinha apenas quatro anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

José Américo Cavalcante de Souza, sanfoneiro consagrado com quase seis décadas de carreira, faleceu nesta sexta-feira (21) em Anápolis, aos 76 anos. Ele morreu durante a madrugada, de causas naturais.

O vereador José Fernandes (MDB), filho do Seu Zé, como era chamado, informou nas redes sociais que o velório terá início às 11h, na Igreja Presbiteriana Central de Anápolis. Um culto fúnebre está marcado para acontecer às 14h e o sepultamento será às 16h, no Cemitério São Miguel.

José Américo era autodidata. Sua paixão pela música, especialmente pela sanfona, surgiu quando ele tinha apenas quatro anos. Ele foi o único na família a tocar o instrumento, demonstrando um talento e gosto únicos.

Em entrevista ao Portal 6, em 2019, contou que costumava criar sanfonas imaginárias com pedaços de madeira, desenhando os botões com carvão. Com esse brinquedo, sonhava e imitava ritmos famosos da época, como os do seu ídolo Luiz Gonzaga.

“Eu morava em São Domingos, cidade do interior goiano, na divisa com a Bahia. Um dia, um tio que morava em Goiânia me viu tocar na minha sanfona imaginária. Na visita seguinte, ele me presenteou com a minha primeira sanfona. No mesmo dia, eu já estava tocando ‘Asa Branca’ sozinho”, relatou na época.

Com talento nato e paixão pelo instrumento,  decidiu estudar música no início de sua juventude, em 1965, para ampliar seus conhecimentos. No primeiro dia de aula, seu professor, Zé Rebeca, percebeu que ele era autodidata e propôs imediatamente a criação de uma banda. Assim nasceu seu primeiro grupo, o ZR5 (abreviação de Zé Rebeca e cinco rapazes).

A banda se tornou conhecida e realizou shows em diversos estados brasileiros entre 1966 e 1982, incluindo Brasília, São Paulo, Minas Gerais e Tocantins. Além disso, participaram como instrumentistas em álbuns de diversos artistas.

“A música me traz vida. É o meu aconchego, nasci com ela no sangue e sem ela não vivo”, declarou José Américo.

“A sanfona é um gosto pessoal. Ela me encanta porque guardo na minha mente a lembrança de grandes sanfoneiros como Dominguinhos, Oswaldinho e Caçulinha, que marcaram gerações e deixaram um lindo legado cultural para o povo brasileiro”, destacou.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.