Empresário de Goiânia realiza sonho de ter 6 filhos ao adotar 3 irmãos de abrigo

Tudo começou há cerca de 07 anos, enquanto casal fazia trabalho voluntário em unidade de acolhimento na capital

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Empresário de Goiânia realiza sonho de ter 6 filhos ao adotar 3 irmãos de abrigo
Da esquerda para a direita: Maria Eduarda, Gabriela, Lara, Helenice, João, Wesley, Davi (ao fundo) e Felipe. (Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Raimundo)

Ter três filhos para cuidar em casa pode ser um desafio e tanto para a maioria das famílias. Contudo, em Goiânia, um casal tem chamado a atenção, após tomar a decisão de adotar três irmãos de uma unidade de acolhimento, totalizando assim seis “crias” no mesmo lar.

Portal 6 conversou com Wesley Raimundo Lopes, empresário de 48 anos, que junto à esposa Helenice Araújo Souza Lopes, de 44, deram início a essa grande família.

Tudo começou há cerca de 07 anos. O casal, que firmou matrimônio em 2003, já possuia três filhos biológicos: Davi, Lara e João, na ordem do mais velho para o mais novo.

No entanto, Wesley revelou que cultivou por muito tempo o interesse em ter mais três crianças, antes mesmo de serem pais, após uma dinâmica de casais na igreja em que ele e Helenice frequentam.

“Naquela hora, senti o Espírito Santo me tocar e dizer que deveriam ser seis filhos. Tudo começou aí”, destacou.

No entanto, a esposa teve um parto muito complicado no nascimento do terceiro filho, e eles deixaram essa ideia de lado por alguns anos. Helenice chegou, inclusive, a fazer uma cirurgia de laqueadura para não mais engravidar.

Apadrinhamento

Contudo, passados três anos, a mulher deu início a um trabalho voluntário em uma unidade de acolhimento de Goiânia, para que pudesse se aproximar da vocação de cuidar de crianças.

Foi assim que eles acabaram entrando em contato com Maria Eduarda, à época com 12 anos. Ao conversar com Helenice, a garota perguntou se ela poderia ser apadrinhada pelo casal.

E o que isso queria dizer? Bem, o apadrinhamento é um programa que visa a criação de vínculos afetivos entre as crianças ou adolescentes que estão nas unidades de acolhimento com pessoas da comunidade.

No caso da adolescente, eles decidiram que levariam ela para passar as férias com a família. No entanto, enquanto o processo de apadrinhamento corria, eles descobriram que a garota tinha dois irmãos mais novos – o Felipe e a Gabriela.

Assim, o casal não titubeou e colocou os outros dois pequenos no processo e todos passaram as férias juntos, na virada de ano de 2017 para 2018.

Maria Eduarda, Gabriela, Helenice e Lara são as mulheres da família. (Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Raimundo)

Adoção

Depois disso, os três começaram a passar os finais de semana na residência do casal e tinham muita dificuldade de se despedir e voltar ao abrigo.

Foi assim que a família deu início ao processo de adoção dos irmãos para que não houvesse quebra do vínculo familiar. Essa escolha fez com que o andamento fosse acelerado e passasse na frente de outros grupos com intenção semelhante: ninguém queria adotar três crianças de uma vez.

Isso se deve ao fato de que, ao preencher o formulário, os interessados detalham o perfil desejado. Nisso se incluem faixa etária, sexo, cor de pele, quantas crianças desejam e se aceitam irmãos.

“Mas não houve ninguém que queria adotar crianças com irmãos, o que acabou nos passando na frente de outros casais”, explicou o empresário.

Assim, eles conseguiram a guarda provisória em um primeiro momento, até se desenrolarem os trâmites legais para obter a guarda definitiva, cerca de quatro anos depois.

Davi, Felipe e João, acompanhados pela mãe Helenice. (Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Raimundo)

Convivência

Apesar de um certo estranhamento inicial, as crianças não tiveram dificuldades de se adaptar ao novo lar. Wesley afirmou, inclusive, se sentir abençoado por ser uma convivência tranquila, mesmo com a casa cheia.

“Eles têm desentendimentos, mas é coisa normal de irmão. Eles se conectaram muito rápido e hoje são inseparáveis”, destacou o pai.

Atualmente, Maria Eduarda tem 18 anos e está prestes a ingressar na faculdade de psicologia. Davi, com 17, está no primeiro ano do ensino médio.

Lara, com 14 anos, está próxima a terminar o 8º ano do fundamental, enquanto Felipe, de 12, e João, de 11, estão no 5º ano. Por fim, a pequena Gabriela, de 07 anos, ainda está no primeiro ano da alfabetização.

Família reunida para celebrar os festas de fim de ano. (Foto: Arquivo Pessoal/Wesley Raimundo)

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