Dicas de ouro: especialistas alertam sobre alterações de comportamentos dos adolescentes

São diversos caminhos que podem ser adotados pelos pais

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Estêvão Luiz e Nádia Santana são psicólogos que realizam atendimentos terapêuticos. (Montagem: Arquivo Pessoal)

A mudança de comportamento e de humor entre adolescentes é um fenômeno comum. No entanto, existem alguns sinais que os pais devem sempre estar de olho para entender se há alguma oscilação perigosa para a saúde mental dos filhos.

Ao Portal 6, o psicólogo clínico, Estêvão Luiz, explicou que é importante se manter atento às mudanças repentinas de comportamento, como a busca de isolamento dos amigos e da família, alterações bruscas no desempenho escolar e envolvimento em atividades de risco – como uso de álcool e drogas ou atividades perigosas.

“Deve-se erguer um alerta ao observar oscilações significativas de humor, como uma constante irritabilidade ou tristeza, assim como a ocorrência de reações desproporcionais a situações cotidianas, como raiva ou choro.”, detalhou.

Ele ainda destacou que queixas frequentes sobre sintomas físicos, como dores de estômago ou de cabeça, e constantes comentários negativos sobre si, autoflagelar ou de desesperança sobre o futuro, requerem uma atenção redobrada.

Dessa forma, cabe aos pais e pessoas próximas oferecerem um espaço de escuta empática, onde o filho possa se sentir à vontade para se abrir, e não minimizar as questões da adolescência.

“Caso necessário, é interessante buscar a ajuda de um terapeuta ou profissional de saúde mental, treinado e especializado, capaz de acompanhar o adolescente de forma humanizada, sempre atento ao sigilo e aos cuidados cabíveis a cada indivíduo”, complementou.

Resistência à terapia

Já a psicóloga Nádia Santana ressaltou que pode acontecer do adolescente apresentar resistência ao processo terapêutico.

Dessa forma, ela recomenda que é interessante os pais tentarem ao menos uma vez levar o filho à terapia, mas sem tentar impor isso a ele. “Se ele não tiver vontade, não vai colaborar. Assim, pode ser melhor até mesmo os pais começarem a fazer terapia, para encontrar recursos e tentar ajudá-lo”.

No entanto, se o adolescente estiver apresentando comportamentos graves, os responsáveis podem procurar o caminho da psiquiatria, para evitar consequências mais drásticas.

Papel da escola 

Por fim, a psicoterapeuta Beatriz Mendes destacou que a escola desempenha um papel fundamental no apoio à saúde mental dos adolescentes, pois é um dos ambientes em que eles passam grande parte do tempo e onde muitas mudanças podem ser percebidas.

“Professores e orientadores estão em uma posição privilegiada para identificar sinais de alerta, como queda no desempenho escolar, isolamento dos colegas, mudanças bruscas de humor, ou até comportamentos agressivos, que podem indicar que algo não vai bem”, detalhou.

Além disso, a psicóloga afirmou que a instituição de ensino pode implementar programas de educação emocional, oferecendo palestras, workshops ou atividades sobre temas como autoestima, bullying, ansiedade e depressão.

“Essas iniciativas não só ajudam a prevenir problemas de saúde mental, mas também criam um ambiente em que os adolescentes se sentem seguros para falar sobre suas emoções”, concluiu.

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