Moradores de Goiás devem ficar atentos às mudanças no Pix, que passam a valer a partir de novembro
Medidas definidas pelo Banco Central ocorrem para proteger as transações e evitar golpes
A partir da próxima sexta-feira (1º) o Pix passará por uma importante mudança em todo o território nacional, visando proporcionar maior segurança aos usuários e limitando os valores que podem ser movimentados.
Com a nova regra, as transações terão um limite de R$ 200 por vez, com um teto diário de até R$ 1 mil. Ao Portal 6, o especialista em cibersegurança Tiago Sabino destacou que essa alteração valerá apenas para novos dispositivos; ou seja, se o usuário já utilizava o celular ou computador antes da mudança, não haverá com o que se preocupar.
“Agora, para quem for usar um aparelho novo e quiser movimentar valores maiores do que os limites, será necessário cadastrá-los nos aplicativos bancários”, explicou.
Segundo o especialista, essa medida tem o intuito de proteger os usuários, especialmente nos casos em que o criminoso consegue as credenciais de acesso da vítima e passa a retirar o maior valor possível.
Embora seja bastante útil, Tiago comentou que essa não é a primeira medida do Banco Central para fortalecer a segurança do Pix. Desde o lançamento do sistema, em outubro de 2020, várias alterações similares já ocorreram, como aquelas que limitam os valores de transferência dependendo do horário, estabelecem prazos de análise após a alteração de limites e aumentam a vigilância dos bancos em movimentações de alto valor.
“Hoje em dia, por exemplo, se alguém quiser fazer uma transferência muito alta, o dinheiro não sai da conta automaticamente; é necessário um intervalo de 30 minutos para a operação ser efetivada”, contou.
Além disso, ele destacou que, conforme dados do Serasa, jovens e idosos são as faixas da população que mais caem em golpes relacionados ao Pix. Se, por um lado, a terceira idade, maior vítima dos criminosos, costuma ser lesada pelo “parente pedindo dinheiro”, os mais jovens, de 18 a 29 anos, tendem a cair em fraudes justamente por estarem mais imersos no meio digital e não estranharem tanto as transações via Pix, consequentemente “baixando a guarda”.
Golpes mais comuns
Tiago ainda ressaltou que, desde a criação do Pix, as fraudes mais comuns não envolvem ataques cibernéticos, como muitos imaginam, mas sim golpes aplicados através de engenharia social.
“Muita gente fala de golpe do Pix, mas isso não se relaciona diretamente a uma falha do Pix em si, e sim às pessoas, que são enganadas por criminosos. É aquela propaganda enganosa, enviada por SMS, por e-mail, a vaga de emprego suspeita, pesquisas que levam a sites falsos, tudo com o intuito de gerar uma transação”, exemplificou.
Entre os casos mais comuns, o especialista mencionou a prática dos criminosos que, após conseguirem acesso ao WhatsApp da vítima, geralmente por meio de golpes que solicitam códigos por SMS, passam a pedir dinheiro aos familiares e amigos salvos na lista de contatos.
Outro golpe frequente é o “Pix por engano”, quando a vítima recebe uma certa quantia e, em seguida, o criminoso entra em contato, pedindo que o dinheiro seja devolvido, normalmente para outra conta.
Nesses casos, é importante que o usuário não faça nenhum contato ou transferência fora do aplicativo e não concorde em enviar para uma conta diferente da originária. Nos próprios aplicativos há a opção de devolver o valor diretamente ao local de origem.
Mandei dinheiro e percebi que era um golpe. O que fazer?
Mesmo com todas as medidas de segurança que estão sendo incorporadas ao sistema, ainda é possível que, por algum motivo, o usuário perceba, após realizar uma transferência, que foi vítima de um golpe.
Nesses casos, a vítima deve, o mais rápido possível, acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) por meio da própria instituição bancária. Assim, o caso será avaliado pelo banco e, se comprovada a fraude, o valor poderá ser estornado.