Programa de residência médica do Alfredo Abrahão estava repleto de problemas, apontam denúncias
Iniciativa criada na gestão de Roberto Naves foi extinta pelo prefeito Márcio Corrêa na última segunda-feira (20)

Rápidas teve acesso a e-mails enviados por residentes do Hospital Municipal Alfredo Abrahão (HMAA) a diversos órgãos de fiscalização e entidades classistas, entre eles a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Anápolis, elencando sérios questionamentos sobre o Programa de Residência Médica da unidade.
Como mostrado pelo Portal 6, denúncias foram apresentadas à Controladoria-Geral do Município (CGM) e à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), evidenciando a falta de regulação do programa e o “comprometimento da segurança dos pacientes atendidos na unidade hospitalar”.
A precariedade na execução do programa fez com que o prefeito Márcio Corrêa o extinguisse na última segunda-feira (20). A iniciativa foi criada na gestão de Roberto Naves (Republicanos).
Problemas e denúncias
Alguns dos problemas citados pelos residentes ao coordenador do Coreme do HMAA, Dr. Olegário Vidal, foram as inadequações nos programas de residência médica em Anestesiologia, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Medicina Intensiva.
Denúncias foram feitas à CNRM, nas quais são citadas a insuficiência técnica, logística, tecnológica, de equipamentos e pessoal para atender à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e demais setores do Alfredo Abrahão.
Também é mencionada a escassez de equipamentos médicos e suporte, comprometendo a capacidade de diagnóstico e tratamento. A falta de exames essenciais, como análises clínicas e microbiologia, também foi ressaltada pelos residentes.
Outra queixa é a falta de convênios com outras unidades de saúde, pois a estrutura oferecida pelo Alfredo Abrahão não seria suficiente para suprir a necessidade dos profissionais, sendo necessária a parceria com outros locais.
A omissão da Coreme e do Cerem-GO também é citada.
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Em relação ao primeiro órgão, são relatados os empecilhos para não realizar reuniões presenciais ou online, enquanto o segundo não teria tomado medidas para resolver os problemas apresentados pelos residentes.
Ausência de pagamentos e suspensão do programa por tempo indeterminado
Rápidas também teve acesso a um ofício enviado pelos residentes à Direção Técnica da CHS Aprendizagem, datado de 13 de janeiro deste ano.
No documento, é citado o atraso superior a cinco meses nos repasses para os serviços de acompanhamento dos profissionais e coordenação dos programas de residência.
Foram relatadas tentativas e promessas de acordo durante dezembro de 2024, que não ocorreram. Diante da ausência dos repasses, todas as atividades teóricas e práticas, além do programa de residência em Anápolis, foram suspensas pela coordenação.