Novo gerente de igualdade racial da Prefeitura de Goiânia não é negro e coleciona polêmicas

Guilherme Silva Alves já foi Superintendente LGBTQIA+ durante a gestão anterior, mesmo compondo movimentos historicamente contrários à comunidade

*Atualizado às 23h00 com o posicionamento de Guilherme Silva Alves

Um antigo protagonista de polêmicas junto à Prefeitura de Goiânia volta aos holofotes ao ser nomeado o novo gerente de igualdade racial. Guilherme Silva Alves foi escolhido pelo prefeito Sandro Mabel (UB) na última segunda-feira (07).

Guilherme, que não é negro, passa a ocupar o cargo de Gerente de Articulação e Ações Temáticas de Igualdade Racial, dentro da Superintendência de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas.

Conhecido por se posicionar fortemente dentro de alguns movimentos, o nomeado se envolveu em polêmicas durante a última gestão municipal da capital.

À época, ele foi escolhido pelo ex-prefeito Rogério Cruz (Republicanos) para ocupar o cargo de Superintendente LGBTQIA+, dentro da mesma pasta.

Na ocasião, foi questionado pelos mesmos aspectos apontados desta vez: a falta de representatividade. Isso porque, no período da nomeação, Guilherme não se posicionava sobre o assunto.

Em vez disso, ele compartilhava, pelas redes sociais, a ligação que possui com o movimento armamentista e religioso, grupos historicamente posicionados contra os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Veja a nota de posicionamento de Guilherme Silva Alves:

Minha trajetória profissional e social sempre esteve conectada com ações comunitárias, projetos sociais e apoio à juventude. Atuei em frentes que envolvem formação cidadã, combate à evasão escolar, enfrentamento à violência e incentivo à cultura e à fé como ferramentas de transformação social. Foi na igreja que encontrei o primeiro espaço para exercer esse trabalho de escuta, acolhimento e apoio, especialmente nas regiões de maior vulnerabilidade da cidade.

Sobre a imagem que circulou relacionada a um clube de tiro, esclareço que a ocasião foi pontual, sem qualquer vínculo com ideologias armamentistas. Nunca defendi pautas que atentem contra os direitos de minorias — ao contrário, minha vida pública sempre foi marcada pelo diálogo, pelo respeito à diversidade e pela construção de pontes entre diferentes grupos.

O cargo que hoje assumo é uma enorme responsabilidade. Não cheguei até aqui por conveniências ou apadrinhamentos, mas por uma trajetória construída com esforço, coerência e serviço à comunidade. Estou à disposição para colaborar com todos os setores da sociedade civil e garantir que a igualdade racial em Goiânia seja pautada por representatividade, ação concreta e escuta ativa.

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