Gêmea siamesa tem morte confirmada menos de dez dias após cirurgia de separação
Garotinha foi entubada na UTI logo após sair da mesa de cirurgia, onde permaneceu até esta segunda-feira (19)


Morreu nesta segunda-feira (19), a pequena Kiraz, de 1 ano e seis meses. O óbito foi confirmado menos de dez dias após a garotinha ser separada da irmã siamesa, Aruna, em Goiânia.
A família das siamesas viajou de São Paulo para Goiás, onde foi feita a operação de separação com o médico Zacharias Calil, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).
Unidas pela bacia, com três pernas e múltiplos órgãos compartilhados, como fígado, intestino, genitália, ânus, tórax e abdômen, a cirurgia que separou as gêmeas durou 19h, tendo início no dia 10 de maio e indo até o dia seguinte, dia 11.
Contudo, logo após o procedimento, tanto Kiraz quanto Aruna precisaram ser encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, onde ficaram entubadas após apresentarem febre alta.
Apesar dos esforços, nove dias após a operação, Kiraz não resistiu e teve morte encefálica declarada pelo Hecad, conforme confirmado ao G1. Segundo a unidade de saúde, o processo de morte encefálica teria se iniciado às 09h de segunda-feira (19).
No entanto, por existir um protocolo clínico definido, o óbito foi confirmado horas depois. Ainda no mesmo dia, o Hecad confirmou que o caso de Aruna, a gêmea sobrevivente, segue grave, mas com uma evolução esperada para a fase atual do pós-operatório. A garotinha segue sedada.
Última despedida
Logo após a confirmação, a família da bebê compartilhou uma imagem dela, servindo como uma última despedida.
“Descanse em paz, filha!”, postaram, junto a uma foto de Kiraz. Horas antes do falecimento, os pais das gêmeas haviam compartilhado uma foto das duas juntas, onde houve um último agradecimento.
“Papai, e principalmente mamãe, fez o que pôde por vocês, minhas filhas. Agora é com nosso Deus!”, escreveram.
Confira a nota do Hecad na íntegra:
“O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) informa que o protocolo de morte encefálica da paciente Kiraz segue em andamento, respeitando rigorosamente os critérios estabelecidos pela legislação brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Trata-se de um momento técnico e sensível, que exige o cumprimento de diversos requisitos clínicos e exames complementares específicos para que o diagnóstico seja confirmado com segurança. No caso da paciente Kiraz, alguns dos critérios indicaram a abertura do protocolo. No entanto, a equipe médica ainda aguarda o cumprimento de todos requisitos obrigatórios para a finalização do diagnóstico.Por se tratar de um procedimento minucioso, é comum que o fechamento do protocolo leve 24 horas ou mais, conforme a necessidade de repetição dos exames e da janela de tempo entre uma avaliação e outra, além de sempre priorizar o rigor técnico, o respeito à paciente e o acolhimento à família.
O Hecad reforça seu compromisso com a transparência e com os princípios éticos que norteiam a assistência prestada em sua unidade, mantendo o cuidado contínuo e humanizado à paciente e seus familiares.”
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