Lixão que desabou em Padre Bernardo operava graças a decisões judiciais
Com o desmoronamento, toneladas de resíduos atingiram o Rio do Sal e contaminaram um córrego da região


O lixão de Padre Bernardo, que desabou na última quarta-feira (18), era alvo de fiscalizações há anos e chegou a ser interditado diversas vezes pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Mesmo assim, o local seguia funcionando por força de liminares judiciais.
A secretária estadual Andréa Vulcanis esteve no local nesta quinta-feira (19) e lamentou os impactos ambientais: “Isso aqui era uma tragédia anunciada, que já havíamos informado e demonstrado ao Poder Judiciário”, afirmou.
Com o desmoronamento, toneladas de resíduos atingiram o Rio do Sal e contaminaram um córrego da região, prejudicando o abastecimento de água e o uso agrícola.
Desde 2016, o lixão foi autuado pelo menos sete vezes por operar sem licença e por descarte irregular de resíduos. Mesmo com embargos e multas aplicadas ao longo dos anos, a empresa continuou em atividade, amparada por decisões da Justiça Federal e do TJGO. A Semad, o MP-GO e o MPF tentaram barrar o funcionamento, mas enfrentaram seguidas derrotas judiciais.
Agora, com o novo desastre, o Estado deve buscar novamente o fechamento definitivo do local, reafirmando que todas as medidas preventivas foram tomadas, mas esbarraram em decisões judiciais que mantiveram o lixão funcionando até o colapso.