Sintomas silenciosos da gordura no fígado, segundo médicos

Sinais sutis que seu corpo envia sem chamar atenção

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Sintomas silenciosos da gordura no fígado, segundo médicos
(Imagem: Ilustração/IA)

Desde os tempos em que nossos ancestrais associavam o fígado a “humores e toxinas”, até os diagnósticos por ultrassonografia modernos, o órgão sempre teve um papel simbólico intenso.

Hoje, a ciência nos lembra que o perigo nem sempre se anuncia com alarde: a gordura acumulada no fígado — chamada de esteatose hepática — costuma agir em silêncio.

O Ministério da Saúde destaca que, na maioria dos casos, a gordura no fígado se acumula sem causar sintomas visíveis, sendo detectada apenas por exames de imagem como ultrassom quando há aumento do órgão.

Esse silêncio do fígado não é mera curiosidade clínica: casos de esteatose estão associados a taxas de mortalidade quase duplicadas em relação à média da população.

Um estudo do Instituto Karolinska revelou que pessoas com a doença podem apresentar risco 54 % maior de morte por doenças cardiovasculares e 47 % maior por cânceres fora do fígado.

Mas como perceber o que se esconde atrás de sinais quase imperceptíveis? Médicos e especialistas listam indícios discretos, embora comuns, que devem acender alertas silenciosos.

Sintomas silenciosos da gordura no fígado, segundo médicos

Fadiga persistente — aquele cansaço que não se dissipa com descanso — aparece frequentemente em portadores de fígado gorduroso avançado ou inflamatório.

Desconforto ou pressão leve no abdômen superior direito, muitas vezes atribuído à má digestão ou estresse, pode refletir acúmulo de gordura ou inflamação no fígado.

Em alguns casos, a pessoa nota perda de apetite, sensação de plenitude ou indigestão leve — sintomas inespecíficos, que acabam ignorados.

Também pode surgir uma descarga de sinais mais visíveis, mas já em estágio mais avançado: olhos ou pele com tom amarelado (icterícia), inchaço de pernas ou abdômen, coceira crônica ou sinais de retenção de líquidos.

Na verdade, muitos casos chegam ao diagnóstico apenas quando alterações nas enzimas hepáticas aparecem em exames de rotina — e esse é um dos indícios mais confiáveis para suspeitar da doença.

Outro dado relevante: estimativas indicam que até 25 % da população mundial pode ter algum grau de fígado gorduroso (NAFLD) sem saber — condição que evolui silenciosamente entre pessoas com obesidade, diabetes e colesterol elevado.

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(Foto: Reprodução/International Journalists Network)

Um panorama latino-americano dessa prevalência também reforça que quase metade dos adultos poderia estar com acúmulo de gordura no fígado, sendo que nos casos leves a doença pode passar despercebida.

Há ainda uma advertência: muitos sinais são inespecíficos. Uma dor de cabeça constante, fraqueza geral ou sensação de mal-estar podem ter múltiplas causas — e só um médico, com exames dirigidos, pode relacioná-los ao fígado.

A esteatose pode coexistir com a síndrome metabólica, hipertensão ou diabetes tipo 2, o que confunde o quadro clínico.

Então, o que fazer? Caso você sinta fadiga incomum ou leve desconforto abdominal frequente — especialmente se já tem fatores de risco — vale buscar avaliação médica com ultrassonografia abdominal e exames de função hepática (TGO, TGP, fosfatase alcalina, gama-GT).

A detecção precoce permite medidas eficazes: perda de peso moderada, mudança de hábitos alimentares, controle de glicemia, moderação no consumo de álcool e atividade física podem reverter ou estagnar o quadro.

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Anna Júlia Steckelberg

Anna Júlia Steckelberg

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com Portal 6 desde 2021.

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