Surto de intoxicação por metanol no país acende alerta e bares de Goiânia se posicionam
Mais de 40 casos são investigados e Ministério da Saúde recomenda que qualquer suspeita seja imediatamente notificada para que os serviços de saúde adotem a condução adequada dos casos

Com 43 notificações de intoxicação por metanol no Brasil, um óbito confirmado após o consumo de bebida adulterada com a substância e outros sete sendo averiguados pelo Ministério da Saúde, até a noite da última quarta-feira (1º), proprietários de diversos bares em Goiânia já se adiantaram e adotaram medidas preventivas para blindar a imagem e ressaltar a procedência e qualidade dos produtos ofertados.
Mesmo sem nenhum caso registrado em Goiás, o Zé Latinhas, localizado na Rua 08, no Setor Central, por exemplo, publicou uma postagem nas redes sociais alegando que todos os produtos são adquiridos com a devida legalidade e aproveitou o momento para alertar sobre o consumo de bebidas vendidas nas ruas.
“Reforçamos a orientação de cuidado redobrado ao consumir na rua. Evite consumir de bancas clandestinas que não oferecem o mínimo de higiene e rastreabilidade de seus insumos. É recorrente o oferecimento de bebidas baratas para revenda, às quais somos completamente contrários, mesmo que isso signifique um preço acima de outros revendedores ilegais”, diz um trecho.
Na nota, o estabelecimento ainda complementa que possui “todas as autorizações, consultorias com nutricionistas e de controle de pragas, além de diversas outras estratégias de treinamento da equipe”.
A mesma postura foi adotada pelo Monkey Bar Goiânia, que fica na Rua 242, no Setor Leste Universitário. Em meio às notícias, o bar afirmou que as bebidas vendidas no local são compradas apenas de fornecedores autorizados e reconhecidos, sempre lacradas, com nota fiscal e selo de garantia.
Outros comércios
Conhecido pela alta coquetelaria e gastronomia, o comércio Briga de Galo, localizado na Rua T51, no Setor Bueno, também se posicionou nas redes sociais, reafirmando que todas as bebidas alcoólicas servidas na casa são adquiridas exclusivamente de fornecedores homologados, sempre acompanhadas de nota fiscal de aquisição e declarações oficiais dos fornecedores – ambas disponíveis no restaurante.
Eles ainda destacam que todos os recebimentos são verificados e realizados apenas com garrafas lacradas, selos de segurança e numeração impressa.
“Acredito que nossa clientela conhece como levamos a sério nosso trabalho. Afinal, somos um bar voltado para coquetelaria”, destacou o proprietário do estabelecimento, Thelmo Di Castro, ao Portal 6.
O atacarejo de bebidas Posto de Bebidas também emitiu um comunicado, ressaltando que todos os produtos comercializados possuem nota fiscal, “garantindo a procedência e a originalidade de cada item”, além de trabalhar apenas com distribuidores oficiais.
Além deles, estabelecimentos como Jupiter 9 e a boate Pulsar Open Bar também se pronunciaram.
Força-tarefa em Goiás
A estratégia de agir de forma antecipada também foi adotada pelo Governo de Goiás, que, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (02), anunciou uma força-tarefa contra a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no território goiano.
Determinada pelo governador Ronaldo Caiado (UB), a fiscalização terá como alvos as distribuidoras de bebidas e foi tomada de forma preventiva, diante da possibilidade de surgimento de casos de intoxicação pela substância.
Conforme já informado, a ação envolverá forças policiais e técnicos da área da saúde, responsáveis pelo controle sanitário.
O que já se sabe até agora
O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) confirmou, até a noite da última quarta-feira (1º), 43 casos de intoxicação por metanol. Do total, 39 são de São Paulo (SP)– sendo 10 confirmados por presença de metanol em bebida e 29 em investigação. Além disso, quatro estão sendo averiguados em Pernambuco.
Até o momento, uma morte foi registrada em SP, e outras sete seguem sendo apuradas, sendo cinco no estado paulista e duas em Pernambuco.
Em uma nota técnica enviada a todos os estados e municípios na terça-feira (30), o Ministério da Saúde recomendou que qualquer suspeita de intoxicação por metanol seja imediatamente notificada e que os serviços de saúde adotem a condução adequada dos casos.
A situação provocou internações graves, perda de visão e até morte em São Paulo – uma delas já comprovadamente causada por bebida adulterada.
O que é o metanol?
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um composto orgânico da família dos álcoois e um dos insumos mais importantes na indústria química, usado na produção de produtos como adesivos, solventes, pisos e revestimentos.
Devido à toxicidade e ao risco à saúde humana e à segurança pública, a ANP estipulou uma regulamentação rígida, que estabelece o registro obrigatório para a movimentação e o armazenamento do produto.
O consumidor que suspeita de uma intoxicação deve se atentar a alguns sintomas pós-consumo, como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência. Nesses casos, é necessário buscar atendimento médico imediato, sem demora.
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