Justiça condena dupla que torturou e matou interno em clínica clandestina de Rio Verde
Pacientes eram submetidos a trabalhos forçados, uso de medicamentos controlados sem prescrição médica e violência física constante
Dois homens foram condenados pelo assassinato de um interno em uma clínica de reabilitação irregular em Rio Verde. O Tribunal do Júri reconheceu a autoria e a materialidade dos crimes atribuídos a Valdeci Antônio da Silva Neto, conhecido como “Neto Bala”, e a Carlos Henrique Borges.
Eles torturaram Daniel Costa Arantes, que morreu após ser espancado, molhado com água e submetido a choques elétricos.
Segundo a denúncia, Valdeci era o coordenador disciplinar da Associação de Reabilitação Nova Esperança (Arne) e foi apontado como principal responsável pelas agressões que levaram à morte de Daniel.
A clínica, mantida pelo pai de Valdeci e por um sócio, funcionava sem autorização dos órgãos competentes, em condições degradantes e sob denúncias de maus-tratos e cárcere privado.
As investigações mostraram que o local cobrava entre R$ 800 e R$ 1 mil por internação e abrigava cerca de 22 pessoas, entre adultos e adolescentes.
Os internos eram submetidos a trabalhos forçados, uso de medicamentos controlados sem prescrição médica e violência física constante. Valdeci, inclusive, usava um aparelho de choques elétricos para punir e intimidar os pacientes.
Crime bárbaro
O crime ocorreu em 11 de novembro de 2016, quando Daniel tentou fugir da clínica. Ele foi recapturado por Valdeci com a ajuda de Carlos Henrique Borges, que também exercia funções de coordenação no local.
Daniel foi então espancado, molhado com baldes de água, submetido a choques e agredido até perder a consciência.
De acordo com o laudo pericial, a vítima morreu por asfixia mecânica provocada por broncoaspiração.
O Tribunal do Júri condenou Valdeci Antônio da Silva Neto a 16 anos, 7 meses e 15 dias de prisão em regime fechado por homicídio qualificado, com as qualificadoras de tortura e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Já Carlos Henrique Borges recebeu pena de 9 anos de prisão pelo crime de tortura com resultado morte.
A Justiça determinou a prisão imediata dos dois condenados.
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