Médica de Itumbiara que sequestrou bebê em hospital é presa suspeita de mandar matar enfermeira

Investigação aponta que neurologista cometeu o crime para tentar ficar com a filha da vítima, de 10 anos

Natália Sezil Natália Sezil -
Falsa pediatra Cláudia Soares Alves. (Foto: Reprodução/Polícia Militar e Acervo pessoal) Médica
Falsa pediatra Cláudia Soares Alves. (Foto: Reprodução/Polícia Militar e Acervo pessoal)

A médica Cláudia Soares Alves, que sequestrou um bebê no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e o levou até Itumbiara, em julho de 2024, foi presa nesta quarta-feira (05).

A neurologista foi detida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) por conta de outra suspeita: contratar a morte de uma farmacêutica para ficar com a filha dela, de 10 anos.

O crime aconteceu em novembro de 2020, enquanto a vítima chegava ao local de trabalho, em Uberlândia. Renata Bocatto Derani foi assassinada a tiros.

Além de Cláudia, outros dois homens, também de Itumbiara, foram presos de forma temporária.

De acordo com o delegado Eduardo Leal, a confusão começou depois que a médica havia se envolvido com o ex-marido da farmacêutica. O ex-casal tinha uma filha, e a mãe havia proibido o pai de ter acesso à criança enquanto estivesse com Cláudia.

Segundo a investigação, a suspeita estaria tentando tirar o poder familiar da vítima para assumir a maternidade da criança.

O delegado destacou à TV Anhanguera: “a Cláudia certamente entendeu que ceifando a vida da vítima seria mais fácil dela conseguir assumir esse poder familiar. Ficou apurado que ela contou com o apoio do vizinho e do filho [dele]”.

O trabalho da PCGO também apontou que a médica tinha uma obsessão pela ideia de ser mãe de uma menina. Tentativas de adoção fraudulentas, uso de documentos falsos, sequestro, e até mesmo a tentativa de comprar um bebê na Bahia, entram na lista.

A corporação encontrou um quarto decorado na casa da investigada. O cômodo tinha várias roupas de criança, um berço e uma bebê reborn (boneca ultrarrealista).

Cláudia e os dois homens serão encaminhados para Uberlândia, onde ficam à disposição do Poder Judiciário. Ela respondia pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas em liberdade.

Em tempo

Cláudia, então recém-formada em medicina, fingiu ser uma pediatra para sequestrar uma recém-nascida dentro do HC-UFU. O crime aconteceu em 23 de julho de 2024.

A suspeita pegou a bebê, com apenas três horas de vida, colocou-a dentro de uma mochila e fugiu.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi a responsável por resgatar a pequena, em Itumbiara, a 135 km de distância de onde o sequestro aconteceu.

Ela foi presa, mas acabou solta oito meses depois. À época, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) não divulgou o que motivou a liberdade provisória.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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