Doença silenciosa preocupa médicos e já mata mais de 1 milhão de pessoas por ano

O grande perigo está justamente no fato de que ela evolui de forma discreta, muitas vezes sem sintomas, até causar danos graves e irreversíveis ao corpo

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Doença silenciosa preocupa médicos e já mata mais de 1 milhão de pessoas por ano
(Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Uma doença silenciosa tem tirado o sono de médicos e pesquisadores em todo o mundo.

O grande perigo está justamente no fato de que ela evolui de forma discreta, muitas vezes sem sintomas, até causar danos graves e irreversíveis ao corpo.

É um problema global, que cresce a cada ano e já está entre as principais causas de morte no planeta.

Doença silenciosa preocupa médicos e já mata mais de 1 milhão de pessoas por ano

Estamos falando da doença renal crônica (DRC), uma condição que compromete lentamente a função dos rins — órgãos responsáveis por filtrar o sangue e eliminar impurezas do corpo.

Quando os rins começam a falhar, resíduos e líquidos se acumulam, o que pode afetar o coração, os vasos sanguíneos e até o cérebro.

De acordo com um estudo publicado na revista The Lancet, o número de pessoas com função renal reduzida chegou a 788 milhões em 2023, quase o dobro do registrado em 1990.

Desse total, cerca de 1,5 milhão de pessoas morrem todos os anos por complicações da doença, que já é considerada a nona principal causa de morte no mundo.

Por que a doença renal crônica é tão perigosa?

O grande problema dessa doença silenciosa é que, nos estágios iniciais, ela costuma passar despercebida.

Muitas pessoas descobrem o diagnóstico apenas quando os rins já estão bastante comprometidos, e o tratamento exige diálise ou transplante renal.

Além disso, o estudo mostrou que a DRC aumenta o risco de doenças cardiovasculares, sendo responsável por aproximadamente 12% das mortes por problemas no coração.

Isso a torna uma das condições crônicas mais impactantes da atualidade, especialmente em países com sistemas de saúde sobrecarregados.

Principais causas e fatores de risco

Os especialistas apontam três grandes vilões por trás da progressão da doença renal crônica:

  • Hiperglicemia (diabetes)

  • Hipertensão arterial

  • Obesidade

Esses fatores, quando não controlados, sobrecarregam os rins e aceleram sua deterioração.

O envelhecimento populacional também contribui para o aumento dos casos.

Segundo o nefrologista Morgan Grams, da Universidade de Nova York, o problema é que a doença renal crônica é subdiagnosticada e subtratada.

Ele reforça a importância de exames simples de sangue e urina para detectar alterações precoces, o que permite um tratamento eficaz antes que o quadro se agrave.

O que pode ser feito para evitar a progressão da doença?

A boa notícia é que, quando detectada cedo, a doença pode ser controlada.

Pequenas mudanças no estilo de vida — como reduzir o consumo de sal, manter o peso adequado, controlar a pressão arterial e o açúcar no sangue — fazem toda a diferença.

Além disso, novos medicamentos têm mostrado resultados promissores em retardar o avanço da doença e diminuir o risco de complicações graves, como infarto e insuficiência cardíaca.

No entanto, ainda há desigualdade no acesso a esses tratamentos, especialmente em países de baixa renda.

Um alerta global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já incluiu a doença renal crônica em suas metas para reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças não transmissíveis até 2030.

Isso reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção e diagnóstico precoce.

Essa doença silenciosa é mais comum do que se imagina, mas também é possível preveni-la.

Consultas regulares, alimentação equilibrada e acompanhamento médico são as melhores armas para manter seus rins funcionando bem e sua saúde em dia.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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