A maior favela da Europa fica na cidade mais antiga do continente e tem pessoas comendo comida do lixo
Maioria dos habitantes pertence à comunidade cigana e enfrenta barreiras históricas no acesso à educação, emprego e serviços públicos

Um vídeo publicado pelo perfil Contramão das Multidões no Instagram chamou atenção ao revelar imagens da maior favela da Europa, localizada em Plovdiv, considerada a cidade mais antiga do continente ainda habitada.
O registro contrasta com a visão comum de uma Europa impecável, organizada e distante de problemas sociais graves.
O bairro mostrado é Stolipinovo, situado a menos de 4 km do centro histórico de Plovdiv. Estima-se que a área concentre entre 40 mil e 80 mil moradores, embora os números variem devido à grande quantidade de construções informais e à ausência de registros oficiais completos.
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A origem do bairro remonta ao final do século XIX, quando famílias de etnia Roma foram deslocadas para a região, que cresceu sem planejamento e se transformou em um dos maiores assentamentos marginalizados dos Bálcãs.
As imagens expõem ruas sem pavimentação adequada, redes elétricas improvisadas e blocos habitacionais da era soviética que apresentam sinais claros de abandono.
Após o fim do regime socialista, a região recebeu poucos investimentos estruturais, o que agravou problemas de abastecimento de água, coleta de lixo e acesso à energia. Em 2006, inclusive, um surto de hepatite A atingiu centenas de moradores, refletindo as condições precárias de saneamento.
O autor do vídeo relata ter ficado impressionado com a vulnerabilidade da população local e destaca a cena de uma pessoa procurando comida no lixo, registrada durante a visita.
A imagem reforça o contraste com o centro de Plovdiv, que ostenta o título de Capital Europeia da Cultura em 2019, mas que convive, a poucos minutos de distância, com um dos cenários de maior desigualdade social da região.
A maioria dos moradores de Stolipinovo pertence à comunidade cigana, também conhecida como povo Roma, e enfrenta barreiras históricas no acesso à educação, emprego e serviços públicos.
Muitas famílias vivem em casas superlotadas, algumas construídas de forma improvisada, enquanto outras ocupam prédios antigos que nunca passaram por reformas adequadas. Apesar disso, o bairro mantém elementos culturais marcantes, como ofícios tradicionais e uma forte identidade comunitária.
O perfil Contramão das Multidões, conhecido por registrar realidades pouco exploradas ao redor do mundo, afirma que a visita ao local foi impactante e reforça que muitas situações como essa permanecem fora do olhar de quem conhece apenas o “lado A” dos destinos europeus.
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