Casas construídas a 30 metros do chão cabem até 12 pessoas e são conhecidas por espantar todos os espíritos ruins

Uma construção improvável guarda segredos que atravessam gerações em silêncio impressionante

Magno Oliver Magno Oliver -
Casas construídas a 30 metros do chão cabem até 12 pessoas e são conhecidas por espantar todos os espíritos ruins
(Foto: Captura de tela / Youtube)

No coração da floresta tropical de Papua, no sudeste da Indonésia, vive a comunidade Korowai, considerada um dos povos mais isolados e enigmáticos do planeta.

Isso porque sua fama internacional surgiu nos anos 1970, quando pesquisadores descobriram suas impressionantes casas construídas no topo das árvores, a cerca de 30 metros do chão.

Muito mais do que simples moradias, essas estruturas são símbolos de espiritualidade, proteção e status dentro do clã.

A construção das casas segue técnicas tradicionais transmitidas por gerações. Galhos firmes, troncos vivos e postes de madeira formam a base suspensa, o piso é feito com folhas e galhos de palmeira-sagu, já paredes e teto são montados com palha e folhas da floresta.

Toda a estrutura é amarrada com rattan, uma fibra natural extremamente resistente. Escadas entalhadas em troncos, que balançam a cada passo, servem como acesso e também como alerta para visitantes inesperados. Em média, até 12 pessoas podem habitar uma única casa.

A altitude das moradias tem razões profundas. Para os Korowai, viver acima do solo significa estar protegido de espíritos ruins, uma crença que guia grande parte de seus rituais.

Além disso, a altura os mantém longe de enchentes, insetos, serpentes e predadores maiores. Há também um elemento social: quanto mais alta a casa, maior o prestígio do construtor e sua força dentro da comunidade.

Autossuficientes, os Korowai vivem da caça, pesca e coleta, mantendo forte vínculo com a floresta. Consumem palmeira-sagu, peixes, bananas e javalis, além de preservarem ritos de casamento e espiritualidade centrados na crença na reencarnação.

Embora o contato com o mundo exterior ainda seja limitado, especialistas acreditam que parte da nova geração deve buscar, nos próximos anos, aproximação com vilarejos e regiões urbanas, um sinal de que a vida suspensa pode ganhar novos significados no futuro.

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Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

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