Como descobrir se uma pessoa é psicopata, segundo especialistas
Especialistas revelam critérios que vão muito além do comportamento comum que imaginamos sobre esse complexo padrão psicológico humano
A ideia popular de que psicopatas são sempre seres humanos violentos por natureza, criminosos ou incapazes de conviver em sociedade não corresponde ao que a ciência descreve.
Pesquisas atuais estimam que entre 1% e 3% da população apresenta traços compatíveis com psicopatia e a maioria não comete crimes, mantém carreiras estáveis e passa despercebida no convívio social. Essa aparente normalidade torna o diagnóstico ainda mais desafiador para os profissionais de saúde mental.
O método mais utilizado para avaliar o transtorno é a PCL-R, checklist criada pelo psicólogo canadense Robert Hare. A ferramenta reúne 20 critérios pontuados de 0 a 2, considerando aspectos como manipulação, ausência de culpa, impulsividade, irresponsabilidade e padrões de comportamento desde a juventude.
Uma pontuação acima de 30 indica forte probabilidade de psicopatia. No entanto, especialistas reforçam que o teste não é aplicado como um simples questionário: ele exige análise detalhada do histórico de vida, registros comportamentais e, quando necessário, informações legais.
Entre os itens avaliados estão:
– Manipulação e charme superficial;
– Ausência de culpa ou remorso;
– Impulsividade e irresponsabilidade;
– Metas de vida pouco realistas;
– Delinquência desde a juventude;
– Versatilidade criminal;
Outro ponto importante é diferenciar psicopatia de outros transtornos e padrões de personalidade. O quadro mais próximo é o Transtorno de Personalidade Antissocial, descrito pelo DSM-5, marcado por quebras recorrentes de regras sociais, agressividade, impulsividade e falta de responsabilidade.
Apesar das semelhanças, os especialistas alertam que os diagnósticos não são equivalentes. Nem todo indivíduo antissocial é psicopata e nem todo psicopata se encaixa nesse transtorno clínico.
Os profissionais também chamam atenção para um problema crescente: a tendência das pessoas de “diagnosticarem” outras com base em comportamentos isolados. Para a ciência, apenas padrões contínuos ao longo da vida têm relevância diagnóstica.
Muitas características atribuídas à psicopatia podem ser apenas traços de personalidade, imaturidade emocional ou até comportamentos moralmente questionáveis, mas que não configuram um transtorno mental. Segundo os especialistas, apenas avaliação técnica, profunda e profissional pode confirmar ou descartar o diagnóstico.
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