Nova realidade: Terminal Urbano demolido vira estacionamento
O bloco 2 do Terminal Urbano de Anápolis, que ensanduichava o prédio da Estação Ferroviária até o primeio semestre deste ano, foi demolido, e, passado alguns meses, o terreno tem servido para uma finalidade que em nada valoriza a visibilidade do patrimônio histórico municipal.
Antes das 07h da manhã, quem passa próximo ao local encontrará vários carros estacionados irregularmente. E lá eles permanecem o dia inteiro. Indiscriminadamente.
Fiscalização
A Lei de Postura 219/2012 proibe tal prática. De acordo com o texto, que orienta a fiscalização paisagística e histórica da cidade, ninguém pode “estacionar, em qualquer tempo, nos logradouros públicos, fora dos locais legalmente permitidos”.
O texto também orienta que cabe a Companhia Municipal de Trânsito – CMTT fiscalizar e multar possíveis infratores. Entretanto, não é o que tem acontecido, como testemunha uma ambulante da Praça do Avião, que não quis se identificar. “Nunca vi ninguém da CMTT aqui não. Se já vieram eu nunca vi. Mas acho ruim essa gente fazer isso porquê se era para tirar o terminal daí e deixar o povo colocar carros seria melhor nem ter tirado”, reclama.
Quem estaciona?
Fabiana Mendes, de 26 anos, trabalha em uma loja no Centro e acha a esperteza dos motoristas justificável. Para ela, a falta de vagas no Centro de Anápolis obriga as pessoas a estacionar em qualquer lugar. “Aqui [no Centro] a gente não tem onde colocar. As ruas são muito estreitas. Eu mesmo só não coloco a minha moto lá porque tenho medo de alguém roubar. Mas se tivesse um carro eu estacionaria lá, com certeza”, diz.
Já o camelô Orlando Brito da Silva, de 51 anos, condena a atitude de quem usa o terreno como estacionamento. “Eu não coloco. Prefiro pagar. É mais seguro e [o carro] não fica no sol. E se a fiscalização vai lá e leva o carro ‘inguinchado’? Como é que eu levo a minha mercadoria para casa?”, pondera.