Audiência Pública vira palco de acusações e ironias entre representantes da TCA e Urban
Iniciada com sorrisos e cumprimentos, a audiência pública do transporte coletivo em Anápolis, promovida pela Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira (29), acabou virando um verdadeiro palco de acusações e ironias promovidas entre os representantes da TCA e Urban.
Advogado da TCA, Júlio Neiva, acusou o Grupo São José do Tocantins, dono da Urban, de ter invadido uma rua pública e insinuou que a concorrete trará problemas à cidade uma vez que “em Brasília os funcionários de certas empresas já entraram em greve pelo menos umas quatro vezes”. Neiva também disse que a Urban pode não assumir a concessão no dia 22 de novembro porque a TCA está tentando judicialmente invalidar a licitação vencida pela Urban.
Carlos Leão, diretor Jurídico da Urban, por sua vez, disse que sua empresa não tem problema nenhum com a Justiça e que ela está pronta para assumir a concessão do transporte público em Anápolis.
O executivo ressaltou ainda que a licitação do transporte coletivo em Anápolis foi vencida pela Urban porque ela apresentou uma estrutura técnica e financeira superior às da TCA. “Licitação é como concurso público, onde passa o que tem a maior nota e a Urban tirou um 10”, afirmou.
Leão também disse que a TCA é uma das empresas que mais deve em Anápolis e defendeu o Grupo São José, que, nas palavras dele, é tão genuinamente anapolina quanto à TCA.
Já os representantes da CMTT afirmaram que a discussão sobre a licitação do transporte público em Anápolis está encerrada e que a no dia 22 haverá sim a assunção do serviço de transporte coletivo por parte da Urban.
Falência
Durante a audiência pública, o advogado da TCA, Júlio Neiva, chegou a ser indagado por um motorista da TCA, que disse estar circulando entre os funcionários da empresa o boato de que ela estaria entrando com pedido de falência. Segundo afirmou Júlio, isso não é verdade.
O mesmo motorista também questionou Neiva se a TCA dispõe de caixa para fazer o acerto trabalhista de todos os funcionários antes do dia 22 de novembro. Neiva respondeu que era “apenas o advogado”, mas orientou que o motorista, junto com seus colegas, tire esse tipo de dúvida junto à diretoria da empresa.
Vereadores
Os vários vereadores de Anápolis também estiveram presentes na audiência pública presidida pelo colega Wederson Lopes (PSC). Todos eles esboçaram a preocupação com a situação dos funcionários da TCA e foi quase unânime entre eles a sugestão para a Urban contratar 100% do efetivo remanescente da TCA e, após avaliação desses funcionários, a empresa decidir quem mantém em seus quadros.
Por regra no edital, a Urban teve de se comprometer em contratar pelo menos 70% do efetivo da TCA. Segundo Carlos Leão, a Urban pode sim contratar além do percentual obrigatório, mas que antes a TCA teria de proceder com a rescisão trabalhista de todos os funcionários para ser possível a Urban iniciar a etapa de contratação.
Relutante
A TCA até o momento não iniciou a rescisão trabalhista de seus funcionários porque tenta na Justiça derrubar a licitação do transporte coletivo em Anápolis. Há mais de 50 anos a TCA explora o serviço público de transporte na cidade sem licitação.
Disposta a pagar o aviso prévio indenizado a seus funcionários, a TCA vai relutar para não sair da cidade.