Merenda de várias creches e escolas do município está sendo somente de arroz e feijão
“Só arroz e feijão, tia?”, pergunta a criança para a merendeira de um CMEI da periferia de Anápolis. “Por enquanto sim, meu amor. Mas a tia fez com muito carinho, viu”, responde a funcionária num tom entusiasta para não desanimar a criança. Essa tem sido a triste realidade de algumas creches e escolas públicas do município nos últimos dias. Além da chamada ‘mistura’, que inclui carne, legume e verdura, tem faltado nas unidades até gás para o cozimento dos alimentos.
“Sabe, eu fico com o coração na mão porque a gente percebe aqui que essa é a única refeição que algumas crianças fazem no dia”, lamenta uma outra servidora da unidade, que também não será identificada nesta reportagem. Segundo ela, na semana passada, a merenda se resumiu a apenas bolachas e suco.
A merenda escolar no ensino infantil e fundamental é garantida por Lei desde 1995. Seu financiamento é feito por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e os recursos são entregues diretamente aos estados, Distrito Federal e municípios.
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Educação de Anápolis
Procurada pelo Portal 6, a secretária Municipal de Educação, Virgínia Melo, não negou a situação. Segundo ela, está havendo problemas operacionais e de repasse de verba, que comprometeram o pleno fornecimento de alimentos nos CMEI’s e escolas da rede.
Sobre o gás, Virgínia alegou que o produto está em falta em toda a cidade e, por isso, “a orientação [às escolas e creches] foi para priorizar refeições que pudessem ser confeccionadas sem o uso do gás ou com pouca demanda de sua utilização”, como as bolachas e sucos substituindo a merenda.
A promessa é de que as crianças voltem a ter merenda adequada logo. “Estamos nos empenhando para que até o final da semana todas as pendências estejam resolvidas”, garantiu.