Transparência Internacional quer replicar projeto de Goiás em outros países

“É inspirador ver o que vocês estão fazendo. Essa força social é muito importante", reconheceu o diretor da ONG

Da Redação Da Redação -
Transparência Internacional quer replicar projeto de Goiás em outros países

O diretor executivo da Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional – Brasil, Bruno Brandão, acompanhado do controlador-geral do Estado, Henrique Ziller, visitou nesta terça-feira (26) o Colégio Estadual Jardim América, em Goiânia, onde conheceu de perto as ações desenvolvidas no âmbito do projeto ‘Estudantes de Atitude’, coordenado pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

A visita foi marcada por depoimentos inspiradores e emocionados de estudantes, professores, gestores escolares e demais servidores do Governo de Goiás, com a apresentação dos resultados da mobilização que envolveu a comunidade escolar na revitalização de espaços da escola.

O representante da Transparência Internacional parabenizou os estudantes pelo trabalho desenvolvido e fez uma breve apresentação da organização global, que hoje atua em 110 países com ações em prol da luta contra a corrupção em governos, empresas e sociedade civil.

“É inspirador ver o que vocês estão fazendo. Essa força social é muito importante. Depois, vocês têm de dar aula sobre como fazer, se organizar, cobrar e trabalhar juntos. Esperamos, com a ajuda de vocês, levar essa iniciativa para outros estados e quem sabe até outros países”, disse Bruno Brandão.

Satisfação

Alunos que participaram das ações enalteceram a experiência e reforçaram a satisfação em executar o desafio. No caso da escola, foram três projetos de intervenção, identificados a partir do diagnóstico da ‘Auditoria Cívica’, uma das etapas previstas pelo Projeto ‘Estudantes de Atitute’.

Foram realizadas revitalizações nos banheiros masculino e feminino, na biblioteca e no pátio interno da unidade escolar. “Com o projeto, a gente aprende a trabalhar em equipe, a respeitar as diferenças, ajudar mais dentro de casa, valorizar suas coisas pessoais e o trabalho de seus pais. Fica também a lição de que não adianta prejudicar o patrimônio público porque vai afetar a você”, comentou o estudante Lucas Sousa Santos, do 3º ano do Ensino Médio.

O controlador-geral do Estado, Henrique Ziller, descreveu a interação com os estudantes como um “dia de emoção” para todos. “Quando vejo vocês falando, percebo que o projeto faz sentido e não há nada mais gratificante para um servidor público”, disse.

Representando a secretária de Educação, Fátima Gavioli, a superintendente do Centro de Estudos, Pesquisa e Formação dos Profissionais de Educação da Seduc, Rita de Cássia Ferreira, afirmou nunca ter havido dúvida sobre o êxito do projeto. “Desde o início, a professora Fátima Gavioli já previa esse engajamento e nunca teve dúvida de que vocês seriam agentes de transformação da escola”, dirigiu-se aos estudantes.

Intervenções artísticas

Nos banheiros do Colégio Estadual Jardim América, as pichações deram lugar a um ambiente acolhedor, com frases motivadoras e de autoafirmação, além de imagens de pintores famosos, desenhadas pelos próprios alunos – Frida Kahlo para o banheiro feminino e Vicent Van Gogh para o masculino.

Alunas do 9º ano do Ensino Fundamental, as irmãs Anne e Taís Neves, que participaram destas intervenções, explicaram que os artistas foram escolhidos por terem trabalho significativo e serem conhecidos pela maioria da comunidade escolar. “Dedicar atenção a esse trabalho foi incrível para mostrar a Arte para o resto da escola”, ressaltou Taís.

As transformações artísticas também ocorreram na biblioteca, que ganhou um grande painel pintado pelos alunos e uma reorganização do espaço, com nova disposição dos livros, catalogação e incremento das obras literárias, por meio de doações recebidas pela comunidade escolar.

No pátio interno, o grande desafio foi construir lixeiras com as cerca de 20 latas de tinta recolhidas na localidade e devidamente lixadas e pintadas para a coleta seletiva, tendo em vista que existia apenas um recipiente de depósito indiferenciado em cada sala de aula.

Engajada nesta ação, a estudante Natália Roberta Ferraz Cruvinel, também do 9º ano, explicou que a ideia inicial era colocar em prática os conceitos de sustentabilidade e “pegar do lixo para jogar o lixo”. Ela destacou que “agora, sim” os alunos fazem a separação adequada dos resíduos.

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