Após episódio racista no Parque Ipiranga, criança não quis mais sair de casa
Em entrevista ao Portal 6, mãe contou como as palavras da mulher ainda não identificada impactaram a filha
Ana Luísa Cardoso Silva tem apenas nove anos, mas já possui um grande sonho: ser princesa. A garotinha, que é alegre e fã número um da animação Frozen, concilia as horas do dia entre estudar, assistir filmes, brincar e passear pelos parques de Anápolis com a família.
No último dia 1º, no entanto, a criança, moradora do Residencial Copacabana, apresentou uma mudança repentina de comportamento após brincar com uma amiguinha no Parque Ipiranga. A mãe ficou preocupada e viu que ela não queria mais comer, dormir, sair de casa e muito menos voltar ao local do episódio.
Apesar de perguntar várias vezes para a filha o que havia acontecido, apenas no último domingo é que Ana Luísa teve coragem de desabafar. Por meio de uma cartinha, contou ter ouvido de uma mulher no próprio parque que crianças pretas não podiam ser princesas.
“Ela se fechou, percebi que estava triste, mas aí fez a carta e me mostrou. Eu fiquei muito decepcionada de a mulher ter falado daquele jeito. A Ana estava brincando com uma criança branca. Minha família toda é negra, ela ama ser princesa e ver desenhos”, contou a mãe, Luciana Cristina Cardoso, que também é comediante, ao Portal 6.
Ainda pela carta, a garotinha afirmou ter chorado com a situação. Porém, nesta terça-feira (07), decidiu por conta própria que não quer que o caso seja denunciado na Polícia Civil. A responsável pelas palavras não chegou a ser identificada.
“Ela disse que não tem raiva e que não quer levar a denúncia adiante porque não está mais magoada e perdoa a mulher pelo que aconteceu. Pela repercussão, tenho certeza que a pessoa deve ter visto, então esperamos que não faça mais isso com ninguém”, disse Luciana.