Por que o Residencial do Servidor se tornou um dos piores lugares para se viver em Anápolis

"Eu só queria fazer coisas básicas aqui em casa, como poder almoçar ou dormir com a janela aberta", lamentou moradora

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Residencial do Servidor está localizado na região Sudoeste de Anápolis. (Foto: Reprodução)

São 03h53 da manhã do dia 06 de maio e os latidos de dezenas de cachorros, mesmo com janelas e portas fechadas, ecoam estridentemente no interior dos apartamentos do Residencial do Servidor.

Localizado na região Sudoeste de Anápolis, o condomínio abriga famílias de funcionários da ativa e aposentados da Prefeitura de Anápolis.

Do outro lado do muro fica o Centro de Zoonozes do município, órgão da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para controlar doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos pelos animais.

No entanto, há alguns anos, para o desespero diário dos vizinhos, o local serve como abrigo improvisado de pet’s recolhidos das ruas.

Os apelos dos moradores do Residencial do Servidor para a transferência dos cães para uma área mais adequada foram diversos. Em vão, recorreram à própria Prefeitura de Anápolis, ao Conselho Regional de Medicina Veterinária e Ministério Público.

“O síndico já desistiu. Só que eu como moradora não posso desistir. Vou para onde?”, questiona a funcionária pública Shirley Maria da Cunha, de 45 anos.

A pedido da reportagem do Portal 6, ela registrou o barulho em diferentes horários do dia com vídeos que captaram o volume. Em todos eles, o limite de 80 decibels — considerado nocivo para os ouvidos humanos — é ultrapassado.

Os fortes ruídos, no entanto, não são os únicos problemas sentidos pelos moradores. Mais insuportável ainda se tornou o odor de urina e fezes, situação que obrigou todos por lá a manter as janelas sempre fechadas.

“Eu só queria fazer coisas básicas aqui em casa, como poder almoçar ou dormir com a janela aberta”, lamentou Shirley.

Ela, no entanto, terá que ser paciente. Procurada pelo Portal 6, a Semusa disse que só conseguirá resolver a situação em ‘meados de junho’. É a previsão para que o chamamento público, que pagará ONG’s para acolher esses animais em locais adequados, fique pronto. O processo se arrasta desde março.

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