Avanço do novo coronavírus no Presídio de Anápolis preocupa familiares de detentos
Eles cobram mais transparência e planejam manifestação pedindo a presença do diretor da DGAP. Órgão listou 12 medidas que tomou para enfrentar a pandemia

Dois casos de Covid-19 entre os detentos do Presídio Estadual de Anápolis estão em investigação, segundo monitoramento da Gerência de Assistência Biopsicossocial da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
Em nota ao Portal 6, na noite desta terça-feira (30), o órgão informou que por enquanto não há nenhum caso confirmado na unidade prisional e que os custodiados com suspeita da doença estão em isolamento, cumprindo período de quarentena, seguindo o protocolo de prevenção, sem contato com o restante da população carcerária local.
A DGAP informou ainda que o Presídio Estadual de Anápolis passou pela terceira desinfecção nesta terça-feira (30). Também elencou 12 medidas tomadas pelo órgão desde o início da pandemia (veja a íntegra no final da reportagem).
Preocupados com o avanço do novo coronavírus, familiares e amigos de detentos planejam realizar uma manifestação na porta da unidade nesta quarta-feira (1º). Eles querem, além da presença do diretor da DGAP, Agnaldo Augusto da Cruz, mais transparência em relação a situação dos custodiados.
“Não sabemos, por exemplo, se as cartas que escrevemos estão chegando”, elencou ao Portal 6 a esposa de um dos presos que pediu à reportagem para ter a identidade preservada.
Confira as ações da DGAP para enfrentar o novo coronavírus no sistema penitenciário:
1. A criação de um Comitê de Gerenciamento da Crise sobre coronavírus no sistema prisional, logo no início da pandemia em Goiás, o que refletiu na rapidez de ações enérgicas preventivas e proativas eficientes para o controle da doença. O comitê se reúne constantemente para avaliações e tomada de novas decisões conforme o quadro da doença afim de garantir soluções rápidas e análise constante da realidade da doença no sistema;
2. A suspensão das visitas, de atendimentos presenciais de advogados, de atividades de trabalho e assistenciais de trabalho e religiosas. Neste caso, para o cumprimento da adequada assistência jurídica, foram instalados interfones em unidades prisionais para facilitar o contato entre advogado e cliente, em parceria com a OAB-GO, além de mecanismos de videoconferências entre juízes e presos para continuidade dos processos;
3. A utilização da Casa do Albergado e da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto como “unidades de triagem” para os presos que ingressarão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia; Nesta ação, todo preso encaminhado pelas Polícias Civil ou Militar só ingressam nas unidades que compõem o Complexo Prisional de Aparecida de Goiás, após passarem por um período de quarentena em um desses dois estabelecimentos penais.
4. A aquisição, com recursos próprios e a parceiros, de EPIs para o contato dos servidores com os presos; de produtos destinados a higiene pessoal e desinfecção de ambientes prisionais. Além disso, a produção de máscaras em unidades prisionais com utilização de mão de obra carcerária. Sobre EPIs, a DGAP iniciou novas instruções de processos para novas aquisições;
5. A distribuição de máscaras aos custodiados que laboram nas unidades prisionais ou que tenham que deixar a Unidade por algum motivo;
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6. Todas as Unidades do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, receberam remessa de medicações para extermínio de parasitas prejudiciais à saúde; As regionais receberam também produtos para desinfecção de ambientes;
7. A realização de adaptações da Colônia Agrícola do Regime Semiaberto, o que propiciou a uma unidade básica de saúde para aprimorar a triagem de presos que serão inseridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
8. A promoção de palestras a respeito dos procedimentos de prevenção e combate ao Coronavírus e treinamentos sobre a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual- EPI a servidores. Além disso, vídeos e cards e áudios produzidos pela instituição compõem a campanha educativa para servidores publicada em redes sociais e site do órgão;
9. A aquisição de pulverizadores e insumos (desinfetante a base de quaternário de amônio) com os quais foi realizada a desinfecção das Unidades Prisionais do Estado (carceragens áreas administrativas, e embalagens dos produtos levados por familiares aos presos) e demais departamentos que integram a DGAP;
10. A desinfecção de viaturas vem sendo realizada sempre que conduz preso com alguma suspeita de contaminação;
11. Testagem de servidores e de presos de todo o Estado (planejamento em execução);
12. Divulgação de boletim diário sobre a atualização do quadro da doença no sistema prisional entre servidores e presos, nas redes sociais e site da DGAP; entre outras ações.