Vacinar crianças? Aulas presenciais?
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para adolescentes de 12 anos ou mais, no último dia 11. Com isso, o Brasil se junta a outros 15 países que também vacinarão pessoas com essas idades. A agência aprovou o imunizante depois que a Pfizer apresentou estudos que indicaram a segurança da vacina para este público, com eficácia de 100%, sendo que 0,6% dos adolescentes tiveram efeitos adversos graves. Esses estudos foram desenvolvidos fora do país. Moderna e Janssen também já iniciaram os estudos em crianças e adolescentes desde o último mês de abril.
Há quatro dias, a Revista Lancet divulgou um estudo científico duplo-cego e randomizado, em que afirma que a vacina Coronavac é segura e induz resposta imune em adolescentes e crianças de três a 17 anos, com taxa de produção de anticorpos contra o coronavírus, superior a 96% após 28 dias da vacinação com duas doses do imunizante. Resultados que nos deixam otimistas com as primeiras evidências de segurança e imunogenicidade, com indicativos de que a vacina poderá ser usada neste grupo, mas devemos ressaltar as limitações desse estudo como: – falta realizar os estudos na fase 3; – não analisaram a eficácia/proteção (capacidade real de prevenir a doença); – não avaliaram a resposta celular; – o tamanho da amostra de anlisados foi pequena (479 participantes na fase 2).
Essas boas notícias estão longe de ser prioridade nesta pandemia, já que comprovadamente os adultos são mais vulneráveis do que as crianças, e apesar de países como os EUA seguirem vacinando o público infantil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já divulgou uma nota oficial, afirmando que “crianças não devem ser vacinadas neste momento”. Estranhamente, a nota que desaconselhava foi retirada, e no dia seguinte a segunda nota informou que “a vacina Pfizer é adequada para o uso em pessoas com 12 anos ou mais”. Interesses comerciais podem se sobrepor à proteção da vida humana?
Outras opiniões relevantes e reconhecidas internacionalmente afirmam categoricamente que à luz das evidências de miocardite em crianças e adolescentes que foram vacinadas, o Canadá e os EUA devem interromper a implantação da vacina em crianças imediatamente. Dr Robert Malone, que é o inventor das vacinas com RNAm, diz: “Posso dizer que a relação risco-benefício para pessoas com 18 anos ou menos não justifica vacinas, e há uma boa chance de que não justifique a vacinação nesses adultos muito jovens”.
Neste contexto em que comprovadamente crianças e adolescentes em geral são menos vulneráveis que adultos, que vacinas ainda estão em fase final de estudos, e com a comunidade científica afirmando não haver real segurança quanto às comorbidades dos imunizantes, temos o desafio da retomada das aulas presenciais, já anunciadas pelo prefeito Roberto Naves e pelo governador Ronaldo Caiado a partir de agosto próximo.
É muito relevante ponderar que esse retorno é OPCIONAL. Portanto, a família tem a discricionariedade de mandar ou não o estudante para as aulas presenciais. Respeitando os protocolos sanitários de biossegurança como o uso de máscaras, distanciamento, higienização com álcool, bem como realizando esforços em equipe de monitoramento e testagem de casos suspeitos incluindo pais, alunos, professores e colaboradores das escolas, acredito que estaremos protegendo e alavancando a formação educacional de nossas crianças
Ontem, dia 01/07, a UnB (Universidade de Brasília) decidiu suspender a retomada gradual das aulas presenciais. As escolas particulares há muito, estão funcionando com alunos presencialmente. Haverá um recuo do gestor municipal e estadual frente ao reinício em agosto? Como dito em nosso artigo anterior, intitulado “Sem vacina, sem aula. E com vacina?”, a história balizará os erros e acertos de todas essas medidas.
José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo PSB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.