Usuários abandonam transporte por app após aumento de 74% no preço em Goiânia
Situação tem feito quem já tinha abandonado o ônibus recorrer novamente ao transporte coletivo
O aumento no preço dos combustíveis em Goiás está gerando consequências diversas na vida cotidiana. Os aplicativos de transporte, antes vistos como uma solução para a mobilidade urbana, faz parte de um dos setores que sofrem com essa disparada de valores.
Ao longo dos últimos 12 meses, o custo para os clientes aumentou em 74%, em Goiânia, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso significa que, se antes uma viagem custava R$ 10 para um passageiro, agora custa R$17.
A diferença é impactante para quem tinha que usar o aplicativo diariamente, como no caso do recepcionista Frederico Oliveira, que trabalha em uma clínica de saúde.
Antes, o jovem ia todos os dias ao trabalho por meio das plataformas digitais. “Agora, só uma vez durante o mês, porque o Uber para lá [a clínica] vale o que eu gastava o mês inteiro”, lamentou.
Já Mariana Guimarães, estudante de jornalismo, explica que voltou a usar o transporte coletivo, pelo valor ser mais em conta do que nos aplicativos.
Ela explicou que, no início da faculdade, em 2020, ela utilizava os aplicativos em dias com chuva ou em que estava atrasada, pois o preço entre R$ 11 e R$ 14 compensava. Hoje, esse panorama mudou completamente.
“Eu prefiro pegar dois ônibus para chegar ao estágio a pagar 20 reais apenas de ida em uma corrida de aplicativo”, argumenta.
A produtora de conteúdo para internet, Isabela Serra, contou que a mudança nos valores chegou a mudar sua forma de trabalho, sendo que agora ela trabalha em casa.
“Eu pegava todos os dias para ir ao trabalho, mas eu pedi para trabalhar home office [de forma remota] o tempo todo. Antes eu pegava a tarifa mínima, mas aí os valores subiram e a tarifa estava sempre na mais alta, o que acabou me levando a ficar definitivamente em casa”.
O investidor da bolsa Gabriel Araújo explica que, além dos preços mais caros, a demora para ser atendido já o fez desistir muitas vezes de ir para os lugares.
“[Nos aplicativos] é demorado para achar um motorista, demora para que ele chegue. Eu passei a ir para lugares mais próximos à pé, mas quando é longe, não tem jeito”.