Escolas de Goiás que passam por traumas: como a Seduc lida com essas situações
Equipes multidisciplinares são as primeiras acionados para trabalhar 'processo de cura' com envolvidos e comunidade escolar
Ameaças de atentados no ambiente escolar. Alunos que tentam golpear colegas com facas. Casos em que estudantes abriram fogo dentro de sala de aula.
Todas essas são situações reais, ocorridas em Goiás e que chocam ao serem noticiadas – quando locais que deveriam ser apenas dedicados à educação se tornam um espaço de violência, gerando traumas para alunos e professores.
O Portal 6 entrou em contato com Jaqueline Rocha Corneti do Vale, Gerente de Segurança e Saúde do Servidor e da Saúde do Aluno da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), afim de entender quais as políticas públicas desenvolvidas pela pasta para tentar mitigar possíveis traumas, entre outras consequências, desencadeados no ambiente escolar em situações como essas.
Segundo Jaqueline, é disponibilizado amplo acolhimento individual para familiares e pessoas próximas aos envolvidos em algum tipo de fatalidade. “Nós amparamos, ouvimos, acolhemos, visitamos e, se necessário, fazemos encaminhamento para profissionais de assistência social e psicólogos da rede de apoio estadual”, explica.
Como exemplo, citou o caso mais recente da estudante de Anápolis, Annelise Lopes, que teve 70% do corpo queimado após uma experiência mal sucedida no Colégio Estadual Professor Heli Alves Ferreira, na última terça-feira (30). “Nossa equipe multidisciplinar esteve hoje já na casa da família, no hospital e estamos prestando o atendimento que nos é possível. Os demais que não competem à educação, damos encaminhamento”, explica.
Já os alunos e profissionais desses espaços, é realizado trabalho semelhante. Entretanto, até para atender o volume da comunidade de forma plena, o formato é em grupo. Rodas de conversas, com o amparo de técnicos, para o ‘processo de cura’ é um dos trabalhos desenvolvidos.
Prevenção
O trabalho de prevenção é robusto. São realizados atendimentos presenciais, visitas domiciliares e web conferências para promover o trabalho de psicoeducação entre os alunos. Como forma de prevenção à violência no ambiente escolar, a Seduc também tem trabalhos ativos com os estudantes, oferecendo informações, orientações sobre cuidados com o próximo e autocuidado.
“Nós oferecemos ferramentas para acolher os alunos e professores, além de procurar a ressignificação de atitudes para que situações de conflito não virem situações de violência”.
Programas como o Somos Capazes e o Programa Saúde nas Escolas (PSE), são também duas iniciativas promovidas pela pasta para garantir a saúde emocional e a qualidade de vida dos educandos e servidores.