Homem deverá ir a júri popular por invadir contramão da BR-060 e matar jovem que saía do trabalho

"O que posso fazer, e não medirei esforços para isso, é garantir justiça à ela", afirmou a mãe da vítima ao Portal 6

Caio Henrique Caio Henrique -
David poderá ser levado a júri popular pela morte da jovem Thaís. (Foto: Reprodução)

David Dias Goivinho, responsável pelo atropelamento e morte da jovem Taís Miller, de 24 anos, poderá ser levado a júri popular enquanto responde por homicídio doloso – quando se assume o risco de matar.

Inicialmente, o motorista, de 33 anos, havia sido denunciado por homicídio culposo, o que representa uma pena muito mais branda.

Porém, a história mudou depois que o caso passou pelas mãos de Denis Augusto Bimbati,  da 7ª Promotoria de Justiça de Anápolis, que entrou com um pedido de aditamento para mudar a tipificação da denúncia.

Em entrevista ao Portal 6, ele explicou que tomou a decisão depois de estudar o caso para a audiência.

“Tem todas as características de um crime de dolo eventual. Ele havia bebido muito, consumido drogas e dirigia pela contramão da via”, sustentou.

Estes fatos, por si só, seriam o suficiente para amparar a interpretação de um crime mais grave. Contudo, o atual momento também contribuiu na continuidade do caso.

Isso porque o Ministério Público de Goiás (MP-GO), junto da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), embarcou em uma campanha de conscientização e endurecimento na aplicação das normas e multas, como forma de combater os altos índices de acidentes de trânsito em Anápolis, especialmente por conta do consumo de álcool no volante.

Apesar de se encontrar em um estágio avançado, o caso ainda passará por novos capítulos e audiências para que a realização do júri popular seja ou não definida.

Sofrimento da mãe

Ao Portal 6, a mãe de Taís, Silvia Martins, contou um pouco da dificuldade de viver sem a filha e o que ela espera da sequência do julgamento.

“Não tem sido nada fácil esses últimos meses, mas não alimento nenhum tipo de raiva ou mágoa sobre ele, desejo apenas que a justiça seja feita da melhor forma possível”, contou.

“Sei que minha filha está em um ótimo lugar, melhor que todos nós. O que posso fazer, e não medirei esforços para isso, é garantir justiça à ela e a todos os outros que eu puder ajudar”, complementou a genitora.

Em tempo

Na madrugada do dia 30 de outubro de 2020, David consumiu bebidas alcoólicas, entrou na contramão da BR-060 e colidiu de frente com a moto que era pilotada por Taís.

A jovem tinha acabado de sair do trabalho, onde atuava no terceiro turno, e sofreu ferimentos tão graves que morreu antes mesmo do socorro chegar.

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