Colégio Nexus se pronuncia sobre acusações feitas na web e diz que diretor será afastado
Unidade diz que medida é temporária, por solidariedade e empatia com o momento
Uma denúncia de estupro ganhou a atenção de toda a Anápolis nas últimas horas, após uma mulher publicar um relato surpreendente e aterrorizante nas redes sociais.
Ela, que tem 30 anos, contou que decidiu fazer o desabafo para revelar que teria sofrido com as violações sexuais desde os 04 anos, perdurando até a adolescência.
No vídeo, a mulher detalhou que o próprio pai seria o responsável por iniciar os atos, muitas vezes enquanto ela estava dormindo ou quando acabava de acordar.
Outro apontado como responsável pelas possíveis atrocidades seria o tio, que é fundador e um dos diretores do COPE Nexus, unidade privada de ensino do município.
Ao longo dos vários vídeos feitos pela moça, que foram compartilhados nos stories do Instagram, ela, inclusive, mostra fotos da infância e detalha algumas ocasiões em que os familiares teriam se aproveitado para ter as conjunções carnais. Ela afirma, inclusive, que tinha as partes íntimas machucadas pelos abusos e era obrigada a usar absorventes e fingir que estaria no período menstrual.
As imagens, em pouco tempo, tomaram proporções gigantescas nas redes sociais, principalmente pelo Twitter, e diversos internautas se mobilizaram para criticar a situação e lamentar o cenário de polêmicas de estupro envolvendo profissionais da educação, que também já foram registrados em outras ocasiões antes na cidade. Veja as principais reações:
O que o colégio diz
A reportagem do Portal 6 esteve presencialmente na unidade, na tarde desta quinta-feira (13), e conversou com Alexandre Pullig Corrêa, diretor-geral do grupo educacional de Goiânia – responsável pela aquisição da escola em 2019 – e também com a vice-diretora Majori Rebeca Viana, que é administradora do Nexus em Anápolis juntamente com o tio da moça, tido como um dos citados no relato da moça.
“Nós fomos surpreendidos por estas publicações ontem [12], por volta das 23h30. Nossa primeira atitude foi ter uma fala com o professor. Conversei por um bom tempo com ele hoje [13], e é claro que está tremendamente entristecido, mas tem a consciência tranquila de que nada disso que está sendo falado realmente aconteceu”, contou Alexandre.
“Nossa intenção não é descreditar a pessoa. Inclusive, repudiamos e lamentamos profundamente o ato criminoso em si, mas estamos muito tranquilos e em paz sobre os nossos princípios, confiantes de que a verdade virá à tona”, complementou.
Questionado pela reportagem, o gestor confirmou que o diretor deve, sim, ser afastado temporariamente das funções que exerce, mas não como forma de suspeita e punição, e sim como uma maneira de solidariedade e empatia com o momento.
“Ele é uma das figuras mais expressivas da educação no estado, admirado por onde passa. Nos colocamos na posição dele e este afastamento inicial deve acontecer, não porque temos algum receio da presença dele nas escolas, mas sim por saber que precisa de tempo para esclarecer todos estes fatos”, ponderou Alexandre.
A comissão diretiva do Nexus afirmou que o professor está tomando as medidas cabíveis junto à Polícia Civil e que uma ação judicial deverá ser encaminhada em breve, sob a justificativa de calúnia.
“Estamos super tranquilos e de consciência leve com a situação. Seguimos à disposição de qualquer responsável para qualquer esclarecimento”, finalizou Alexandre.