Bares de Goiânia podem oferecer descontos e brindes em troca de comprovante de vacina, sugere presidente da Abrasel
Danillo Ramos defende o caráter didático do passaporte e aponta que uma possível obrigatoriedade traria problemas para os estabelecimentos
Este é o primeiro fim de semana, quando bares e restaurantes ganham maior fluxo, após a Prefeitura Municipal de Goiânia decretar flexibilização das medidas sanitárias contra a Covid-19.
Na prática, além de elevar de 50% para 60% a capacidade de público do estabelecimento, o documento carrega a recomendação para que frequentadores apresentem o cartão de vacinação para curtir o local.
Para o presidente da seccional de Goiás da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Danillo Ramos, essa é uma boa oportunidade para que os comerciantes esbanjem da criatividade para atrair a clientela.
“Oferecer descontos e brindes para os clientes que decidam, por conta própria, levar o cartão de vacinação pode até ser uma estratégia de marketing para os comércios e de promoção da vacinação. Isso só não pode ser feito de forma compulsória”, argumentou.
Embora acredite que a medida educativa seja positiva, faz ressalvas caso a medida saia da ‘recomendação’ para a obrigatoriedade.
“Isso jogaria toda a responsabilidade para o comerciante e, de modo geral, o comércio não tem condições de atender a essa demanda”.
“Seria um transtorno a mais para as equipes dos restaurantes lidarem. Os garçons, gerentes, donos do estabelecimento, não tem o poder de polícia para poder cobrar isso do cliente”, complementou.
Danillo apontou que o momento agora é de resgatar a população que está atrasada ou que ainda não se vacinou, e não de colocar obstáculos para a retomada do setor que, segundo ele, foi um dos que mais colaborou com as campanhas de imunização.
“Nós estamos apoiando [as vacinas] desde o primeiro dia de aplicações no Brasil. Já soltamos comunicados para os associados para que eles continuem promovendo a vacinação entre os clientes e funcionários”.