O que a Saneago tem a dizer sobre a polêmica da água radioativa em Goiás?

Companhia foi questionada pelo Portal 6 sobre levantamento que apontou substâncias impróprias na água consumida pela população

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Empresa explicou o porquê da interrupção no abastecimento (Foto: Divulgação)
Empresa explicou o porquê da interrupção no abastecimento (Foto: Divulgação)

Após um estudo afirmar que a água de 59 cidades de Goiás estava contaminada com substâncias químicas ou radioativas, a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) “tranquilizou” a população.

Por e-mail, o Portal 6 questionou a empresa sobre quais seriam as medidas tomadas para enfrentar a situação e se algo havia sido feito para reverter o quadro.

Em nota, a companhia respondeu que a rede hídrica fornecida obedece, rigorosamente, todos os requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

“Garantimos que água fora do padrão de potabilidade, que possam causar risco à população, não é distribuída aos consumidores, portanto, não chega aos imóveis”, disse o documento.

Além disso, a Saneago apontou que realiza o monitoramento da qualidade da água desde a captação nas fontes, até a que foi tratada nos sistemas de abastecimento dos 226 municípios onde ela opera.

Leia a íntegra da resposta da companhia de saneamento no final da matéria.

Entenda o caso

Em um levantamento realizado pelo site Repórter Brasil, foram identificados laudos que apontavam a presença de substâncias impróprias para consumo, na água de 59 municípios goianos.

Estas substâncias seriam elementos químicos ou radioativos, que poderiam desencadear problemas de saúde na população.

O estudo separou o caso em dois tipos. O primeiro mostra cidades com maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer, através do consumo das águas.

Em Goiás, são 17 municípios: Americano do Brasil, Aloândia, Alvorada do Norte, Amaralina, Aruanã, Chapadão do Céu, Formosa, Luziânia, Maurilândia, Montividiu, Nerópolis, Padre Bernardo, Rio Verde, Rubiataba, São Luís de Montes Belos, São João d’Aliança e Senador Canedo.

Já o outro bloco de cor, são localidades com substâncias nocivas menos graves, mas também prejudiciais à saúde.

No estado goiano, são 42 cidades:  Adelândia, Água Fria de Goiás, Anicuns, Araçu, Alto Paraíso de Goiás, Amorinópolis, Araguapaz, Arenópolis, Arraias, Aurilândia, Baliza, Bela Vista de Goiás, Bom Jesus de Goiás, Brazabrantes, Britânia, Caiapônia, Caturaí, Cavalcante, Córrego do Ouro

Além de Cristalina, Cumari, Edéia, Doverlândia, Firminópolis, Hidrolândia, Iporá, Itajá, Itapirapuã, Itauçu, Ivolândia, Jataí, Jussara, Mimoso de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Mozarlândia, Piracanjuba, Planaltina, Porangatu, Posse, Serranópolis, Turvânia e Uruana.

Com a palavra, Saneago:

A Saneago tranquiliza a população em relação à qualidade da água para abastecimento público. Destacamos que nossa água tratada obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Garantimos que água fora do padrão de potabilidade, que possam causar risco à população, não é distribuída aos consumidores, portanto, não chega aos imóveis.

Para as situações pontuais de inconformidade, são executadas ações corretivas, como descargas em ramais e na rede de distribuição. Em situações de urgência, ações preventivas e/ou corretivas são executadas como: paralisação do tratamento de água, manutenções nos sistemas de abastecimento de água, limpeza dos reservatórios, limpeza da rede de distribuição.

A Companhia realiza o monitoramento da qualidade da água bruta (captada nos mananciais ou poços tubulares profundos) e tratada dos sistemas de abastecimento nos 226 municípios onde opera. O acompanhamento é feito por meio de análises, conforme determinado pelas legislações vigentes do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente. Os parâmetros analisados e a frequência seguem a recomendação da Resolução Conama nº 357, de 17 de março de 2005, do Ministério do Meio Ambiente e Conama nº 396, de 03 de abril de 2008.

O monitoramento da água tratada é realizado nos laboratórios da Saneago e segue a determinação da Portaria nº 888/2021 do Ministério da Saúde, que altera a Portaria de Consolidação nº 5 de 28/09/2017, Ministério da Saúde, Anexo XX. Os pontos de amostragem estão localizados nas saídas das Estações de Tratamento de Água (ETAs), em reservatórios de água tratada e nas redes de distribuição da água tratada.

A Saneago possui uma rede de laboratórios, sendo 190 laboratórios operacionais, 16 laboratórios regionais e um Laboratório Central de Água, que possui certificado de acreditação segundo os requisitos legais estabelecidos pela ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 concedido pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE).

Com isso, a Companhia se destaca entre as principais companhias de saneamento do País, sendo o Laboratório Central um dos poucos laboratórios de empresas de saneamento a obter esse reconhecimento. A documentação atesta a qualificação dos serviços realizados, garante a confiabilidade das análises e demonstra, de forma objetiva e documentada, a competência do Laboratório em produzir resultados válidos e confiáveis. Além disso, certifica que a unidade tem o Sistema de Gestão da Qualidade implementado em conformidade com as normas técnicas.

A Saneago realizou mais de 4 milhões de análises entre 2018 e 2021. No Laboratório Central de Água, em Goiânia, a Saneago realiza em torno de 354 mil análises anuais, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos, hidrobiológicos, compostos orgânicos/agrotóxicos e metais. Os laboratórios regionais realizam anualmente em torno de 650 mil análises, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos. Já os laboratórios operacionais, nas estações de tratamento de água, realizam análises fisico-químicas no mínimo a cada 2 horas para garantir a eficiência e eficácia do processo de tratamento de água.

Todos os resultados monitorados pela Saneago são disponibilizados no Siságua mensalmente e semestralmente, conforme formulário próprio do Vigiágua. Portanto, a Saneago realiza o monitoramento conforme os requisitos legais de potabilidade da legislação brasileira.

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