Com negociações paralisadas, greve dos professores em Goiânia não tem data para acabar
Postura de Rogério Cruz prejudica "alunos, servidores e até a própria gestão dele", diz presidente do Sintego
Completando uma semana nesta terça-feira (22), a greve dos professores em Goiânia ainda não tem previsão de acabar, visto que a Prefeitura ainda não enviou uma nova proposta para reajuste salarial.
Quem confirmou isso ao Portal 6 foi a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima.
Ela afirmou que, até o momento, a resposta que receberam do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e da Secretaria Municipal de Educação (SME), foi de que estavam sendo feitos novos cálculos, mas não foi marcada uma nova audiência para negociações.
“A greve continua, mas estamos buscando resolvê-la, mobilizando outros seguimentos para fazer a intermediação, como o Ministério Público e o Tribunal de Justiça”.
“Amanhã [quarta-feira, 23], estaremos com os vereadores para cobrar de fato uma proposta e tentar convocar uma Assembleia”, detalhou Bia de Lima.
A sindicalista criticou a postura aparentemente despreocupada de Rogério Cruz em relação aos prejuízos que o prolongamento da greve pode causar.
“O prefeito quer esticar a corda pra ver se vence pelo cansaço e fazer economia nas costas dos professores. [Essa postura] acaba prejudicando os alunos, os servidores da educação e até a própria gestão dele”.
Bia de Lima também destacou que outros municípios já se resolveram em negociações com o sindicato, seguindo a lei e pagando o reajuste salarial. “São mais de 60 prefeituras pagando o piso”, destacou.
Embora não concorde com a atitude da Prefeitura em relação ao salário dos professores, a presidente do Sintego também se posicionou contra o pedido de impeachment de Rogério Cruz, protocolado pelo vereador Mauro Rubem (PT) na última sexta-feira (18).
“Eu não acho que é esse o caminho. No meu entendimento, esse impasse que está posto tem que se resolver por meio das negociações com o sindicato.”
“[Pedir pelo afastamento de Cruz do cargo] é fugir do processo democrático. Se a população escolheu o Maguito [Vilela] e por consequência chegou ao Rogério, é direito legítimo o mandato do prefeito”, complementou.