Alta da inflação vira desafio a ser superado por donos de salões de beleza
Além da alta nos valores, estabelecimentos passam por outras dificuldades para manter a clientela
Um dos setores que mais movimenta dinheiro no Brasil, a indústria da beleza está tendo que se readaptar em meio a alta da inflação em todo o país.
Em Goiás, os empreendedores do ramo tem sentido dificuldades para se manterem ativos no mercado e com preços atrativos para a clientela.
Os produtos capilares vêm sendo os grandes vilões para a continuidade das atividades destes estabelecimentos.
Na última pesquisa divulgada pelo Procon Goiás, em fevereiro deste ano, o shampoo apresentava uma variação nos preços de 83,74%, enquanto o condicionador sofreu uma alteração de 100,93%.
Com a elevação nos preços dos materiais e a baixa circulação de pessoas, os salões de beleza foram obrigados a adotarem novas estratégias para continuarem no mercado.
É o caso de Diego Domingos, de 34 anos, sócio do salão Leticia Portela Beleza e Estética, em Goiânia. Em entrevista ao Portal 6, ele afirma que a demanda recebida nos últimos meses não atendeu as expectativas previstas.
“A demanda nos últimos meses não está como esperávamos. Depois do Carnaval as coisas tendem a reagir melhor, mas esse ano não teve o Carnaval e a demanda não foi como estávamos esperando. E isso não só para nós, mas como para outros empreendedores que me relataram a mesma coisa em um grupo que participo”, revela.
De acordo com ele, só nos últimos três meses deste ano, o salão teve um aumento de 33% nos gastos mensais.
“Antes, nós gastávamos cerca de R$ 15 mil por mês. Hoje nós gastamos cerca de R$ 20 mil reais. Só nos produtos capilares, teve um aumento em torno de 50% a 70%”, relata.
Segundo Diego, um dos métodos adotados pelo estabelecimento para lidar com a inflação foi o acréscimo nos preços dos serviços prestados aos clientes.
“Eu segurei desde abril essas altas, aumentei apenas 3 reais na unha e já recebi reclamação. Mas não temos condições de continuar mantendo os mesmos valores”, conta.
Em Anápolis, a situação não foi diferente. De acordo com o dono do salão Íris Cabelereiros, Íris Alves, 49 anos, a alteração nos valores dos produtos impactaram não somente a eles, mas também aos clientes.
“Nos últimos três meses temos visto bem menos movimento nos salões. A reclamação não é a respeito dos preços, mesmo porque eu não alterei os valores, e sim pelo poder de compra deles”, revela.
De acordo com Irís, a variação nos preços dos produtos capilares resultou em um aumento de 20% nas despesas do local.
“Houve um aumento de 25% em toda linha de perfumaria e em torno de 30% em equipamentos e móveis de salão. Antes nós gastávamos cerca de R$ 2.000 em compras, agora gastamos em torno de R$ 2.400”, diz. .
“Tentamos lidar com essa crise investindo em divulgação, qualidade do serviço e tratamento personalizado ao cliente. Esses são os diferenciais que podem atrair e fidelizar uma clientela”, completa.