Morte de criança em Minaçu por meningite acende alerta em Goiás

Ao Portal 6, especialista explicou como funciona a doença e revelou preocupação com o avanço da enfermidade

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Vacina para meningite está disponível na rede pública de saúde. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)Morte de criança em Minaçu por meningite acende alerta em Goiás
Vacina para meningite está disponível na rede pública de saúde. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)

A meningite é uma doença preocupante e que exige vigilância constante das autoridades de saúde de Goiás.

Dessa forma, a morte de uma criança de dois anos no último domingo (17) em Minaçu, no Norte goiano, ligou um sinal de alerta no estado. Isso porque, no laudo dela, haviam sintomas suspeitos de meningite bacteriana.

Para saber mais sobre a enfermidade, o Portal 6 entrou em contato com a professora Helena Rezende, especialista em neurologia da Faculdade de Medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG), que explicou como a doença se manifesta entre as pessoas.

Segundo ela, a meningite é uma infecção que atinge as camadas de proteção (as meninges) que revestem o sistema nervoso. Ela pode ser causada por diversos agentes, como bactérias, fungos e até mesmo alguns tipos de vírus.

“Nas infecções bacterianas os sintomas se manifestam rápido. Pode levar horas ou até dias para ocorrer. Esse é o tipo mais comum que a gente encontra nos atendimentos”.

“Já nos outros casos, o desenvolvimento é mais lento, podendo levar semanas ou meses para que o paciente manifeste sintomas”, explicou Helena.

A professora apontou que os sinais mais comuns da doença são a dor de cabeça e mal-estar. Em casos mais agudos, ela causa febre, náuseas ou vômito, sonolência, dificuldade de movimentar o pescoço e dores nas costas.

“Existem alguns casos em que a infecção evolui para o cérebro, passando a ser chamada de encefalite, e pode causar sintomas mais graves”.

“Dependendo da área onde afetar, pode prejudicar movimentação, sensibilidade do toque, dificuldade de raciocínio e até convulsões”, complementou.

A professora Helena destacou que a prevenção para a doença é a vacinação. Desde meados da década de 70 existe um imunizante disponível, entretanto as taxas vem diminuindo ano após anos.

“O que nos preocupa é que existe vacina para combater a meningite. No entanto, a gente vê que as populações vem se vacinando menos, o que abre margem para a disseminação dela”, argumentou.

Esse discurso é reforçado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Ao Portal 6, a pasta destacou que a aplicação dos imunizantes é a principal estratégia adotada para combater a doença.

“As vigilâncias epidemiológicas também fazem o bloqueio de familiares e contatos próximos, nos casos confirmados”, complementou.

A SES afirmou que foram 110 casos confirmados de meningite e dez mortes em Goiás no ano de 2021. Já em 2022, os dados mais recentes apontam que foram 12 casos confirmados e quatro óbitos pela doença.

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