Com casos de Covid-19 em alta, uso máscara volta a ser hábito para parte dos anapolinos
Empresas, trabalhadores e sobretudo usuários do transporte coletivo adotam equipamento na indumentária cotidiana
O número de casos confirmados de Covid-19 voltou a subir no mês de maio, em Anápolis. Com isso, várias pessoas, que antes se sentiam “tranquilas”, voltaram a usar máscaras no dia a dia.
A cidade desobrigou o uso da proteção facial há quase três meses, no dia 12 de março. Apesar disso, algumas empresas da cidade adotaram novos procedimentos de segurança que incluem o equipamento.
Farmacêuticas do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), órgãos públicos e também comerciantes optaram por manterem ou retornarem com o uso de máscara pelos colaboradores.
Outros anapolinos, por opção própria, fizeram da proteção facial novamente uma rotina.
Servidor público na Galeria de Artes Antônio Sibasolly, João Barbosa, de 50 anos, afirma que segue normas mais restritas enquanto está trabalhando.
“Sempre usei a máscara, principalmente no meu ambiente de trabalho. Com essa ‘paralisação do vírus’, que não está se propagando em grande proporção, muita gente deixou de usar”, disse.
No mês de abril, por exemplo, foram 59 casos confirmados. Em maio, até o dia 27, esse número já saltou para 303. “A pandemia não acabou ainda”, concluiu João.
A reportagem percorreu as ruas do Centro de Anápolis e ouviu alguns comerciantes. A maioria não notou mudança no comportamento dos clientes nas últimas semanas.
“Uns 95% estão sem máscara. Agora que as pessoas se vacinaram estão mais confiantes. No ônibus eu ainda vejo alguns usando”, afirmou Rosemeire de Jesus, de 50 anos, dona de uma lanchonete.
Entretanto, é notável que várias pessoas resolveram adotar o equipamento como parte da indumentária cotidiana. Na Praça Bom Jesus, por exemplo, um casal de vendedores declarou ter medo de trabalhar sem a proteção facial.
“Nós nunca paramos de usar máscara. Desde quando começou a pandemia nós continuamos, porque a gente convive no trabalho, na rua, conversamos com várias pessoas, não sabemos quem está ou não com Covid”, explica Valdelino Silvestre, 71 anos.
Dona Maria Helena, de 64, esposa dele, sofreu pela morte de um irmão para a Covid-19, em março deste ano. Ela teme qualquer descuido.
“Tenho muito receio, perdi ele para essa doença. O trauma aumentou ainda mais, a gente não tem confiança. Temos medo, porque essa pandemia veio para acabar com muitas famílias. É importante continuar usando a máscara”.
Embora maio tenha registrado um expressivo aumento de casos de contaminação pelo coronavírus, Anápolis não registrou mortes pela doença. Foi a primeira vez que os óbitos ficaram zerados desde março de 2020.