Shows de R$ 1,5 milhão em cidade goiana entram na mira da Justiça
Custo representa 25% de valor financiado pela prefeitura para arcar com despesas no município
Um festejo bancado pela Prefeitura de Cachoeira Alta, no Sudoeste do estado, está ameaçado. Isso porque o Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu à Justiça, nesta sexta-feira (10), uma liminar para proibir o que chamou de “gastos indevidos com shows”.
No pedido, o promotor de Justiça Lucas Otaviano da Silva descreve que, em maio, recebeu várias denúncias sobre investimentos da administração com festas.
Segundo apuração do MP, o município gastou R$1,5 milhão com eventos e contratação de shows que tinham a realização prevista de junho a setembro deste ano.
O promotor também destaca que, no início do ano, a prefeitura publicou um decreto que tratava da contenção de despesas por causa da queda de receitas da cidade. Entre elas, estavam a suspensão de recepções, homenagens, solenidades e eventos que acarretem no aumento dos gastos.
O executivo municipal chegou, inclusive, a pediu autorização para fazer empréstimo de R$ 11 milhões para pagar despesas. Porém, só foram autorizados R$ 6 milhões para o financiamento.
Além de comprar uma usina solar, o montante seria usado na compra de terrenos para construção de prédios públicos e serviços de infraestrutura. Todavia, 25% do empréstimo foi aplicado na realização das festas, alerta o MP.
Entre os artistas que se apresentariam em Cachoeira Alta, estão Barões da Pisadinha, com contrato no valor de R$ 400 mil; Leonardo, de R$ 310 mil; e Rio Negro e Solimões, de R$ 150 mil.
Enquanto Leonardo ainda não se manifestou sobre o caso, os outros cantores alegam não ter conhecimento da investigação.
Se deferida pela Justiça, a suspensão afetará também todos os contratos do ‘Juninão do Trabalhador’, que deve entre os dias 16 e 19 deste mês, mas sem nenhuma atração prevista.